Maria Lúcia Amary está atenta a possíveis radicalismos. Foto: Fábio Rogério

Reeleita ao cargo de deputada estadual na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), Maria Lúcia Amary (PSDB) está preocupada com possíveis posturas intransigentes no próximo mandato. A Alesp, diante do resultado das eleições, teve a maior renovação desde 1994, com 52 parlamentares que não ocupavam a Casa tendo sido escolhidos para representar a população. “Nós vamos ter uma assembleia atípica, como nunca tivemos. Com um grupo de extrema direita fortalecido pela eleição (de Jair Bolsonaro) e uma extrema esquerda de igual tamanho. Eu acho que deve haver respeito, com cada um colocando suas posições de uma forma democrática”, disse, ontem, ao Cruzeiro do Sul.

Maria Lúcia citou que em algumas audiências públicas recentes já havia percebido “um incitamento à violência” e que “isso não pode acontecer de nenhuma parte”. Lembrou, também, do episódio ocorrido durante a diplomação na Sala São Paulo, na terça-feira (18), quando membros da bancada ativista do Psol foram barrados por seguranças do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Eles tentavam subir ao palco para ficarem posicionados ao lado da deputada estadual Mônica Seixas, do partido, e que representa o mandato coletivo. Um dos integrantes do grupo, Jesus dos Santos, conseguiu ultrapassar o bloqueio, mas depois foi impedido pelos seguranças e outros deputados, entre eles Alexandre Frota (PSL).

“A mostra que nós tivemos na diplomação não foi nem um pouco ética. Nós estávamos lá para receber um diploma em uma cerimônia formal, solene, e houve um conflito entre ativistas de esquerda e os de direita. Esse clima não pode acontecer, não dá para confundir democracia com anarquia”, criticou a tucana. Diante da divergência de posicionamentos político-ideológicos, Maria Lúcia afirmou que teme pela votação de projetos importantes. “O Estado de São Paulo precisa caminhar e nós como legisladores temos que dar nossa contribuição”, afirmou ela, que pretende usar da experiência, já que está caminhando para o quinto mandato, e trazer o máximo de equilíbrio à Casa.

Em relação à fiscalização ao governo de João Dória, também do PSDB, Maria Lúcia disse que terá olhos atentos, entre outras propostas, à de melhoria à mobilidade urbana em São Paulo, à instalação de Delegacias da Mulher 24h pelo Estado e à implantação de mais unidades do Ambulatório Médico de Especialidades (AME). (Da Redação)