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Manga contesta regressão de fase e apresenta plano paralelo para Sorocaba

08 de Janeiro de 2021 às 21:40
Marcel Scinocca [email protected]

Rodrigo Manga: Sorocaba tem condições de adotar um plano próprio de flexibilização. Crédito da foto: Marcel Scinocca (08/01/2020)

 

O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), afirmou nesta sexta-feira (8) que seu governo não concorda com a regressão de fase da cidade no Plano São Paulo, anunciada na mesma data. O Plano São Paulo regula os estágios da quarentena em todas as regiões do estado. Como medida, o chefe do Executivo sorocabano afirmou que está em tratativa para implementar um plano paralelo, o Plano Sorocaba.

Conforme ele, o plano desenvolvido para a cidade prevê até 18 horas de atividade no comércio, com possibilidade de intervalos e com 40% de ocupação. O plano ainda prevê que todos os tipos de comércio possam funcionar, de forma presencial, incluindo os bares. “Sorocaba tem toda condição de seguir o plano [Plano Sorocaba], sem prejudicar o comércio”, afirma.

Na coletiva de imprensa, no 6º andar do Paço Municipal, o chefe do Executivo alegou que houve aumento no número de ônibus, aumento de vagas em UTI e estudos para a vacinação, favorecendo com que a cidade possa adotar um modelo diferente do determinado pelo Estado. Ele também falou sobre o horário do comércio ao defender a criação do Plano Sorocaba. “Entendemos que a redução no horário do comércio causa mais aglomeração”, diz.

Manga destacou ainda que as conversas foram com o secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marco Vinholi. Caso a negociação não prospere, o chefe do Executivo está trabalhando no sentido de haver um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). Em último caso, respondendo ao Cruzeiro do Sul, Manga afirmou ainda, se não houver alternativa, a Prefeitura de Sorocaba buscará medidas judiciais para defender o plano próprio.

Rodrigo Manga tem expectativa de respostas do Estado já na segunda-feira (11). “A expectativa é de que na segunda-feira, na primeira hora, a gente assine o decreto com o Plano Sorocaba. Será um plano específico para a realidade do município”, comenta. O texto, conforme Manga, já está editado. Entretanto, sem o aceite do governo estadual para as medidas, a cidade seguirá o Plano São Paulo, que vigora a partir de segunda-feira.

Manga também foi questionado se a medida não poderá ser encarada pelo Governo do Estado como uma afronta ao Plano São Paulo. “Acredito que não. Até porque nós estamos com dados oficiais que mostram, por exemplo, que quando assumimos a cidade tinha 100 leitos de UTI ocupados e quase 100 leitos de enfermaria também ocupados. Nós agimos rápido, o que possibilitou que tenhamos agora 66% dos leitos de UTI ocupados e 83% dos leitos de enfermaria ocupados. Então, são dados que colocam Sorocaba no direito ter um plano municipal próprio para que não atrapalhe o comércio local e garanta a saúde da população”, afirma.

Orientação

O secretário de Saúde, Vinícius Rodrigues, afirmou que a pasta pretende realizar programas educativos no sentido de orientar a população sobre os cuidados com a pandemia. “A gente tem percebido que as pessoas não tem respeitado a questão da aglomeração, principalmente em bares”, afirma. Ele lembrou da ampliação de leitos, como medida para que a cidade possa flexibilizar as ações do comércio, mantendo a capacidade de atendimento. “Sempre garantido a segurança e saúde do Sorocabano”, garante.

Regressão

Com outras duas regiões, Sorocaba regrediu para a fase laranja, só que menos restritiva do que a aplicada em 2020. Nesta readequação da fase laranja, todos os estabelecimentos passam a ter permissão de funcionamento. A capacidade máxima passa de 20% para 40% de ocupação para todos os setores. O funcionamento máximo aumenta de 4 para 8 horas diárias, respeitando o limite de atendimento até às 20h. Além disso, bares não terão permissão para atender ao público de maneira presencial.

Essa reclassificação regrediu 3 regiões para a fase laranja, sendo Sorocaba, Registro e Marília, enquanto Presidente Prudente saiu da fase vermelha para a laranja. Outras 13 regiões do Estado permaneceram na fase amarela do plano de contingenciamento ao coronavírus.

Segundo o secretário estadual de Saúde, Jean Carlo Gorinchteyn, o novo plano acontece a despeito do recrudescimento da pandemia ‘por culpa de poucos, que não respeitaram normas‘. Ao todo, 10% da população do Estado se encontra na fase laranja e 90% na fase amarela. (Marcel Scinocca)