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Mananciais da região têm nível baixo

16 de Dezembro de 2020 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]

Mananciais da região têm nível baixo Na segunda-feira, nível de Itupararanga era visivelmente baixo em vários pontos, com faixas de terra à mostra. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (14/12/2020)

Não há risco iminente de desabastecimento de água em Sorocaba, mas o nível da represa de Itupararanga, embora esteja baixo devido ao chamado volume de espera, é menor que o normal para a época. A situação das demais represas de Sorocaba estava na semana passada com 40% de capacidade total. Entretanto, a situação de aparente tranquilidade de Sorocaba não é fato em outras cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) e em outros municípios do Estado.

Itupararanga

Sobre Itupararanga, que abastece 80% de Sorocaba, apesar do esclarecimento de que não há risco, o cenário assustava, quando visitado pela reportagem na segunda-feira (14). O nível era visivelmente baixo em muitos pontos. Áreas com terra, onde deveria haver água, também eram aparentes em muitos pontos da represa. Com relação ao volume de espera, ou seja, abaixo do normal, a Votorantim Energia, que administra o local, afirmou que é uma ação operacional comum, sem motivos para preocupação, em que o reservatório se prepara para o período úmido com ações de segurança para o amortecimento das cheias.

Mananciais da região têm nível baixo Água captada na represa abastece 80% da população de Sorocaba. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (14/12/2020)

Itu e Porto Feliz

Itu, que sofreu uma das piores crises hídricas de sua história, em 2014, voltou a enfrentar o drama no abastecimento. Sem outra possibilidade, o ituano se depara novamente, apesar de investimentos e mudanças na gestão, com rodízio de água. Não bastasse isso, a cidade ainda sofre com mudanças na sistemática adotada pela Companhia Ituana de Saneamento (CIS).

Na quarta-feira, por exemplo, a instituição anunciou alterações no rodízio. A alegação é de que “as medidas servirão para preservação de mananciais e ajuste do sistema”. A autarquia fez alterações de abastecimento nas regiões Central e Pirapitingui”. A CIS adota sistema que abastece os bairros de forma alternadas, dia sim, dia não. A lógica “impar” e “par” para os imóveis também é usada. Os caminhões pipa nas chamadas pontas de rede -- últimas casas que recebem água -- também precisaram ser acionados.

A represa do Itaim tem apenas 5% da capacidade, enquanto a do Braiaiá opera com 20% e a do Fubaleiro, com 15%. O abastecimento está sendo suprido pelos sistemas Mombaça e Piragibu, que operam com 100% da capacidade. Com a escassez de água, os bairros da região central passaram a ser abastecidos dia sim e dia não.

Em Porto Feliz, até a semana passada, com a diminuição do ribeirão Avecuia, que abastece 60% da cidade, o Saae do município precisou adotar medidas. Uma delas, foi a diminuição da pressão da água. A situação ocorre em alguns bairros, em horários específicos. O Avecuia estaria, em alguns pontos, com 33% da capacidade. Porto Feliz também registrou aumento no consumo de água.

Outras cidade do Estado

Em Bauru, vários bairros sofrem com a falta de água desde julho. Mesmo com as chuvas dos últimos dias, a situação não se normalizou. O Departamento de Água e Esgoto (DAE) informou que a baixa vazão do rio Batalha, principal fornecedor de água para a cidade, causa instabilidade na captação.

Em Avaré, a seca fez com que uma estrada coberta pelas águas da Represa de Jurumirim há quase 60 anos voltasse a ser vista. Sem chuvas copiosas há mais de dois meses, a represa opera com 13% da capacidade, a pior situação da história do reservatório, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Em dezembro de 2019, a represa estava com 41% da capacidade. Nos primeiros dez dias deste mês, choveu apenas 37% do esperado no período.

Em Pereiras, a estiagem fez o Ribeirão das Conchas interromper o fluxo de água em vários pontos. Com a captação prejudicada, a cidade está sendo abastecida por poços profundos. Na zona rural, açudes e lagoas estão secando e o gado está ficando sem água para beber. A seca tornou os pastos ressecados e, sem alimentação e água, os animais definham. No bairro da Serra, várias propriedades já registraram a perda de bois e novilhos. (Marcel Scinocca, com informações do Estadão Conteúdo)

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