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Mais de 30 mil tratam diabetes nas UBSs

14 de Novembro de 2019 às 00:01

Mais de 30 mil tratam diabetes nas UBSs Do total de pacientes cadastrados nas UBSs, 11.205 têm diabetes e 20.151, diabetes e hipertensão. Crédito da foto: Secom Sorocaba

Sorocaba atende atualmente 31.356 pessoas com diabetes nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A informação é da Prefeitura, que divulgou um balanço da doença no município como forma de lembrar do Dia Mundial do Diabetes, cuja data oficial é hoje. Do total de pacientes, 11.205 têm apenas diabetes e 20.151 possuem diabetes e hipertensão. Já cerca de 8 mil são insulinodependentes, ou seja, dependem de insulina para o tratamento da doença.

Eliete Venturini Ferreira, coordenadora da Associação de Diabetes de Sorocaba (ADS), estima que 45 mil pessoas tenham a doença na cidade. Isso porque nem todas as pessoas com diabetes se tratam na rede pública, há os que utilizam convênio e os que fazem tratamento particular. Ela afirma que não há dados precisos porque o último censo sobre o tema na cidade foi feito em 2013.

A estimativa feita por Eliete é baseada em estudos de projeção da doença em todo o País, que apontam que entre 6% e 7% do total de habitantes sofrem com o diabetes. São 12,5 milhões de brasileiros afetados, segundo o Ministério da Saúde. “Somos o quarto país com maior número de diabéticos do mundo”, diz a coordenadora.

Diabetes é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não consegue mais produzir insulina ou quando não consegue fazer o uso da insulina que o corpo produz.

Eliete observa que a situação do paciente que depende da rede pública em Sorocaba continua a mesma há vários anos: sempre uma luta para conseguir a insulina, as tiras reagentes, agulhas e lanceta. As consultas também demoram. Ela sabe disso porque atua na causa há 25 anos e está acostumada a ouvir relatos dos 3.500 associados da entidade. E lamenta que seja assim. “O diabetes é uma doença cara, se a pessoa ficar sem o tratamento adequado, pode perder rim, ficar cega, sofrer amputações, AVC, infarto”, afirma.

O ideal, diz Eliete, não é apenas receber os medicamentos, que deveriam ser fornecidos com frequência, mas ter acesso aos mais modernos, que garantem melhor qualidade de vida. “Para adquirir insulinas melhores e manter um controle adequado, o paciente gastará R$ 1.200 por mês”, comenta.

A pessoa com diabetes que depende de insulina, tem de injetar o medicamento até três vezes por dia, sempre antes de se alimentar. “Então imagina o sofrimento, as picadas diárias. Não precisava disso. Existe uma bomba de infusão de insulina, que além de evitar tantas picadas, distribui a dosagem de forma controlada, de acordo com o que o corpo precisa”, diz Eliete. “O problema é que um equipamento desse custa em média R$ 19 mil”, acrescenta.

Muitos nem recorrem à Justiça para conseguir com que o Estado forneça, ainda de acordo com Eliete, porque temem não terem condições de arcar depois com os insumos e garantir de fato um uso contínuo. “Elas podem até ganhar do governo, mas a entrega falha muito. O fato é que para o paciente seria um sonho ter a bomba.”

Devido ao horário em que foram feitos os questionamentos para a Prefeitura de Sorocaba, a assessoria esclarece que não foi possível responder ainda ontem, pois o expediente da Secretaria Municipal de Saúde havia se encerrado. Já a Secretaria de Estado da Saúde afirma que o fornecimento de itens solicitados por ação judicial ocorre de forma individualizada, conforme cada caso, por isso fica difícil esclarecer sem ter as informações completas de cada ocorrência. (Daniela Jacinto)