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Loja de móveis planejados não entrega produtos pagos

23 de Dezembro de 2018 às 06:30
Ana Claudia Martins [email protected]

Loja de móveis planejados não entrega produtos pagos Os móveis de Simone deveriam ter sido entregues em setembro. Crédito da foto: Fábio Rogério

Compradores de Sorocaba e de cidades da região acusam os proprietários de duas lojas de móveis planejados da cidade de não entregarem os produtos e serviços contratados com as empresas, embora alguns clientes já tenham pago todo o valor cobrado. Vários boletins de ocorrência foram registrados pelas vítimas em dois distritos policiais (3º no Campolim e 4º no Jardim Vera Cruz) e até no plantão policial, que fica na avenida Brasil, na zona norte.

Em praticamente todos os casos, muitos clientes pagaram todo o valor dos móveis planejados contratados ou parte do valor, mas não receberam os produtos. Os clientes afirmam também que estão tendo dificuldades para falar com o casal de proprietários, sendo que a mulher ficava na unidade do Jardim Ana Maria, na zona norte, e o homem na loja do bairro Campolim.

Loja de móveis planejados não entrega produtos pagos Loja falhou na prestação do serviço. Crédito da foto: Fábio Rogério

A reportagem do Jornal Cruzeiro do Sul esteve na loja da zona norte, mas encontrou o estabelecimento fechado. Os clientes disseram ainda que a loja do Campolim também está fechada. A equipe de reportagem tentou contato com o casal proprietário das lojas pelos telefones das empresas e também pelos números de celulares de ambos, mas as ligações não foram atendidas.

Unidos contra o prejuízo

Quatro dos clientes prejudicados informaram que foi criado um grupo no WhatsApp dos que contrataram os móveis planejados, que não foram entregues. São pelo menos 118 pessoas e todas afirmaram que estão na mesma situação. Vários clientes registraram boletim de ocorrência e buscaram ajuda de advogados para tentar receber os valores pagos, ou, em último caso, conseguir que os móveis planejados sejam entregues pelas lojas onde foram comprados. Um dos integrantes do grupo disse que a proprietária da loja fez um comunicado para os clientes, pedindo que eles façam contato por um número de celular, a partir de quarta-feira, dia 26 de dezembro, “para tratar de assuntos de seu interesse”.

No comunicado oficial, ela afirma que “em meados de maio, após separação dos sócios e também do fim da relação conjugal entre eles, a gestão da loja do Campolim, bem como contratos novos e antigos firmados, passaram a ser integralmente geridos pelo sócio dela”. A ex-sócia declara “ser vítima de má gestão, que resultou em não cumprimento de obrigações assumidas com clientes, fornecedores, funcionários e outros, obrigações essas em sua maioria no nome dela”, mas que não se furtará de buscar solução junto a cada cliente.

Prejudicados vão recorrer à Justiça

A fisioterapeuta Simone da Silva, 25 anos, está de casamento marcado para daqui a dois meses, em fevereiro de 2019, mas a cozinha e a lavanderia de seu apartamento ainda estão vazias. O espaço que deveria receber os móveis planejados contratados com a loja do Jardim Ana Maria ainda não chegaram, apesar dela já ter pago R$ 12 mil por eles, ou seja, o valor total pedido no contrato assinado com a empresa. O serviço foi contratado com a loja no ano passado e a entrega estava prevista para setembro deste ano, o que não ocorreu. Simone conta que a empresa alegou atraso e remarcou a entrega dos móveis planejados para o último dia 10, o que também não ocorreu. Ela afirma que voltou na loja para pedir explicações, mas já encontrou o local fechado. “Como não sei se vou conseguir ter meu dinheiro de volta e nem receber os móveis, fiz boletim de ocorrência e já contratei um advogado, que irá entrar com uma ação na Justiça”, disse.

A empresária Liana Maria Campos de Oliveira, 43 anos, também afirma que contratou os serviços de móveis planejados da loja da zona norte em outubro do ano passado e que a entrega estava marcada para o dia 4 de outubro deste ano, o que também não foi cumprido. “Eu contratei móveis planejados para o apartamento todo: cozinha, quartos, sala e banheiro no valor de R$ 19 mil e já paguei R$ 11,3 mil, mas até agora não recebi nada”, conta. Ela disse que fez boletim de ocorrência na semana passada e que também procurou um advogado. “A proprietária afirma que essa situação foi causada pela separação do marido e que ela vai resolver e entregar os móveis, mas não temos prazos e nem garantia”, disse Liana. Ela afirma ainda que o atendimento na loja foi ótimo e que na negociação conseguiu um desconto de R$ 4 mil. “Vou contratar um advogado e tentar resolver”, diz.

A analista financeira Laís Cristina Nunes, 26 anos, disse que contratou os móveis planejados da loja do Campolim em agosto deste ano para o apartamento onde mora, no valor de R$ 15 mil. Ela afirma que já pagou R$ 5 mil e não tem data prevista para recebê-los. “Estou preocupada porque tentei falar com o dono da loja e não consegui e estive lá pessoalmente no último dia 13 e a empresa estava fechada”, diz. Laís também já consultou um advogado para decidir o que vai fazer e disse que ainda não registrou boletim de ocorrência.

A autônoma Ana Paula Tavares, 22 anos, afirmou que assinou contrato para a compra de móveis planejados na loja da zona norte no valor de R$ 17 mil e que já pagou R$ 14 mil, mas os produtos não foram instalados. “A entrega estava marcada para o dia 29 de outubro último, mas não ocorreu. Na loja fui informada que tinha ocorrido atraso na entrega e ela foi remarcada para o último dia 17, mas também não foi feita”, reclama. (Ana Cláudia Martins)

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