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Inquérito que investiga lavagem de dinheiro na Prefeitura é retomado

07 de Dezembro de 2019 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]

Autorizada a retomada de inquérito que investiga lavagem de dinheiro Investigação apura desvio de recursos em contratos firmados pela Prefeitura. Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (8/4/2019)

O inquérito que investiga suposta lavagem de dinheiro, que teria sido praticada pelo prefeito cassado José Crespo (DEM), três ex-secretários municipais e outras nove pessoas, entre agentes públicos e empresários, foi retomado.

A investigação estava suspensa desde 26 de setembro, por determinação do juiz Jayme Walmer, enquanto aguardava o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o compartilhamento de dados financeiros por órgãos de fiscalização e controle, como Receita Federal e o Coaf (atualmente Unidade de Inteligência Financeira), com o Ministério Público, procuradores e policiais, com o objetivo de ajudar nas investigações de crimes de lavagem de dinheiro, sem autorização prévia da Justiça.

A informação é da 1ª Vara Criminal de Sorocaba, cujo juiz Jayme Walmer cancelou a suspensão do inquérito, após a decisão do STF que liberou o compartilhamento de dados. Já sobre o envio do inquérito à Delegacia Seccional de Sorocaba, a 1ª Vara Criminal afirma que a solicitação deve ser feita ao juiz pela Polícia Civil.

O Cruzeiro do Sul questionou a Polícia Civil, por meio da Delegacia Seccional de Sorocaba. Em nota, o delegado de polícia, Alexandre Silva Cassola, informou que “até o presente momento referido inquérito não aportou nesta Delegacia Seccional de Polícia”, diz.

Investigação

O inquérito que investiga suposta lavagem de dinheiro é um desdobramento da Operação Casa de Papel. A operação, feita em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Sorocaba, investiga crimes cometidos por agentes públicos da Prefeitura de Sorocaba. Entre as acusações constam formação de organização criminosa, desvio de dinheiro, corrupção ativa, peculato e furto.

No início de outubro último, a Polícia Civil indiciou 12 pessoas investigadas na operação Casa de Papel. A lista de indiciados é encabeçada pelo prefeito cassado José Crespo. Segundo a polícia, Crespo “exerceria o evidente comando da organização criminosa”.

Os demais envolvidos são secretários municipais e empresários. O grupo, segundo o documento, desviava “vultuosas quantias de dinheiro público em benefícios próprios ou alheios”. O procedimento ilegal envolveu, ainda conforme a polícia, fraudes em dezenas de contratos públicos milionários. Os contratos sob suspeita na Prefeitura de Sorocaba, alvos da Operação Casa de Papel, chegam à casa de R$ 25 milhões.

Desde o começo da investigação, todos os acusados negam as irregularidades. (Ana Cláudia Martins)