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Doria defende mudanças no PSDB

02 de Janeiro de 2019 às 09:31

Foto: Erik Teixeira / Daw Imagens / Estadão Conteúdo

João Doria tomou posse ontem como governador de São Paulo reafirmando sua disposição de liderar o PSDB e se colocar como player do partido para a eleição presidencial de 2022. Em cerimônia marcada pela ausência de tucanos que o antecederam no cargo -- José Serra e Geraldo Alckmin --, e até de seu sucessor na Prefeitura, Bruno Covas, o governador disse que o PSDB vai mudar para se sintonizar à realidade da população. “E, se souber fazer isso em São Paulo, vai fazer também no Brasil”. No segundo discurso como governador, já no Palácio dos Bandeirantes, Doria afirmou que o “PSDB precisa de novas posições e novos projetos”, mantendo sua posição de nunca dar as costas para o Brasil. “O passado é para ser respeitado, mas o que vale hoje é o presente”, disse. Pouco antes, ao ser empossado na Assembleia Legislativa, deu outro recado a seus antecessores. “A população quer um governo eficiente, um governo de resultados. São Paulo precisa resgatar a sua paixão por fazer bem-feito e vamos pensar São Paulo grande. Chega de pensar pequeno aqui. Nós não vamos pensar pequeno em São Paulo. Nós vamos ajudar o PSDB a sintonizar com o novo Brasil.”

Sucessor ungido

Quarto tucano eleito para comandar São Paulo de maneira consecutiva, Doria não pretende assumir a presidência do partido, mas promover seu aliado, o deputado federal Bruno Araújo (PE), para a sucessão de Alckmin, que já anunciou intenção de deixar o comando da legenda em maio. Araújo é um dos tucanos que defendem uma mudança programática do partido, numa guinada à direita não só na economia, mas em pautas conservadoras, como redução da maioridade penal e facilitação da posse de armas.

Na onda presidencial

Citando o presidente Jair Bolsonaro, o tucano declarou que o governo federal terá seu apoio. “Nunca torci para o pior de ninguém, quanto mais para governo. Se Jair Bolsonaro for um grande presidente, será bom para o Brasil e bom para os brasileiros”, afirmou. Doria prometeu defender e trabalhar para ver aprovadas as reformas previdenciária e tributária, além de um novo pacto federativo.

Recados à equipe

Falando aos secretários, Doria ressaltou planos de desestatização e anunciou medidas visando a enxugar a máquina. Foram assinados seis decretos que definem ações para aprimorar a aplicação de recursos públicos e garantir a redução de gastos, como a revisão ou mesmo cancelamento de contratos ou suspensão e reavaliação de convocações públicas. Nesse contexto, o tucano declarou que não terá melindres em trocar secretários, caso o trabalho não seja satisfatório, e classificou sua equipe não como um time, mas uma “seleção”.

Para todos

Ainda na Alesp, Doria disse que governará sem ideologias e para todos -- ele venceu o agora ex-governador Márcio França (PSB) por uma diferença de 740 mil votos. “Na campanha, anunciamos que seria o governador de todos os brasileiros de São Paulo, dos que votaram em nós e dos que não votaram também. Todos serão tratados da mesma forma. Serei um governador municipalista, descentralizador e vamos atender igualmente a pequenos, médios e grandes municípios”. Assim como fez durante seu período como prefeito da capital, Doria se comprometeu a visitar os parlamentares todos os meses. “Esse foi um compromisso nosso com os deputados. Estarei presente todos os meses por duas horas e meia conversando com todos os parlamentares, da situação e da oposição. Quero, com isso, valorizar o diálogo, o contraditório e a prática democrática que aprendi com meu pai, que foi deputado pelo PDC e cassado pelo golpe em 1964.”

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