A Valmet registrou crescimento nas vendas no primeiro semestre deste ano. Crédito da foto: Divulgação / Valmet

Apesar da pandemia, empresas e indústrias de Sorocaba já retomaram suas atividades ou adaptaram a forma de trabalhar para continuar produzindo e atender seus clientes. Há empresas que até firmaram novos negócios e tiveram crescimento de vendas no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

É o que devem apontar os números da Valmet, desenvolvedora e fornecedora de tecnologias de processos, equipamentos, automação e serviços para o segmento de papel e celulose, segundo o diretor de automação da Valmet na América do Sul, André Kakehasi. A Valmet tem Centro de Serviços em Sorocaba, outro no Paraná, e um no Chile.

O diretor afirma que durante a pandemia, muitas ações logísticas e operacionais sofreram quedas de produtividade em consequência do isolamento social, circunstância que obrigou as indústrias de produtos essenciais, como a de papel e celulose, a procurar soluções para manter o atendimento ao consumidor. “Mesmo na crise, indústrias crescem com uso de tecnologias remotas, manutenção de equipamentos, e consultorias técnicas regulares auxiliam empresas a continuar a produção essencial no segmento de papel e celulose. Por conta disso, a Valmet terá crescimento de vendas no 1º semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado”, afirma.

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Já o diretor de Engenharia de Processos e Equipamentos da Valmet, Waldemiro Werneck, explica que o desenvolvimento tecnológico e os processos gerados na empresa fizeram com que estivesse preparada para a atual realidade. “Não tivemos grandes alterações em nosso atendimento. Temos feito reuniões técnicas remotas com clientes, onde discutimos escopos de reparos de equipamentos para exibir detalhes específicos, que muitas vezes mostram a necessidade de troca de componentes. Antes da pandemia, por exemplo, os clientes nos visitavam somente nos casos de alguns contratos que envolviam discussões sobre a troca de componentes com custo mais elevado. Atualmente, temos resolvido muitas situações técnicas de escala menor pelo telefone e, principalmente, por nossas ferramentas de serviço remoto”, destaca.

Soluções digitais

A ABB agora tem a Accenture como parceira para desenvolver soluções digitais. Crédito da foto: Divulgação / ABB

Outra empresa com sede em Sorocaba, a ABB anunciou no dia 15 último que fechou parceria global com a Accenture para desenvolvimento de soluções digitais.

Segundo o líder digital da área de negócios Motion da ABB, que tem linha de produção da unidade da cidade, Bernd Heisterkamp, a Accenture ajudou a empresa a criar soluções digitais que são comercializadas para os clientes da ABB. “Vamos nos concentrar em serviços avançados de monitoramento de condições, para impedir que as máquinas parem por meio de soluções preditivas de manutenção e automação de chão de fábrica, para aumentar ainda mais a eficiência da empresa”, aponta.

Conforme a ABB, a colaboração entre as duas empresas se baseará na experiência da ABB em processos digitalizados para a transformação de indústrias e na arquitetura de Informações e Tecnologias Operacionais (TI/OT) da Accenture. “O foco da Accenture nas tecnologias da Internet das Coisas (IOT) e o profundo entendimento da ABB das necessidades de soluções digitais de seus clientes permitem que as duas empresas colaborem em nível de especialistas”, explica Heisterkamp.

Já a gerente de ecossistemas digitais da área de negócios Electrification da ABB, Erika Velazquez, afirma que a combinação da experiência da Accenture em transformação digital de clientes comerciais e industriais com as principais soluções de eletrificação da ABB para gerenciamento de energia, ativos e edifícios, abre novas perspectivas para os dois parceiros oferecerem soluções mais abrangentes aos clientes da ABB.

Após três meses de paralisação, a Toyota do Brasil retomou a produção de suas unidades em Sorocaba e Porto Feliz no mês passado. As atividades estavam paradas desde o fim de março, por conta da pandemia.

Apesar disso, a Toyota manteve o investimento anunciado de R$ 1 bilhão na fábrica de Sorocaba, por conta do plano de produção de um novo carro, o primeiro modelo SUV nacional da montadora, previsto para ser lançado no ano que vem.

Erly Syllos, do Ciesp: alguns segmentos não foram diretamente atingidos. Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (23/6/2015)

O diretor da regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-Sorocaba), Erly Domingues de Syllos, confirma que algumas empresas e indústrias de Sorocaba e região, apesar da pandemia, não foram diretamente atingidas. “As montadoras, por exemplo, retomaram suas produções e foi um alívio para as empresas menores do setor automotivo. Outros setores também mantiveram suas produções durante a pandemia, como os setores de alimentos e da área da saúde, já que esses segmentos econômicos, ao contrário dos demais, tiveram até aumento de demanda por seus produtos e serviços, em função da pandemia”, aponta. (Ana Cláudia Martins)