Inadimplência no comércio cai pelo 6º mês em Sorocaba
Queda de 3,68% no número de devedores entre maio e junho é boa notícia para os lojistas. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (20/7/2020)
Pelo sexto mês consecutivo, Sorocaba registrou queda na inadimplência dos consumidores -- mesmo em plena pandemia do novo coronavírus. A informação foi anunciada ontem (22) pela Associação Comercial de Sorocaba (Acso) e representa uma boa notícia para os comerciantes.
Segundo os dados divulgados pela Acso, a quantidade de registros passou de 95.892 no mês de maio para 92.360 em junho, o que representa uma queda de 3,68% no número de inadimplentes. Em janeiro, a quantidade de dívidas registradas era de 110.981.
Ainda conforme a Acso, o valor total da dívida também caiu de R$ 50 milhões para aproximadamente R$ 48 milhões, mostrando uma diminuição de 3%. No ano, a queda é de 34%.
O número de CPFs, que corresponde ao total de pessoas inadimplentes em Sorocaba, baixou de 60 mil para 58 mil. A queda corresponde a 3% nos últimos 30 dias, e 15% no primeiro semestre.
Os números fazem parte do banco de dados da entidade, que é administrado pela Boa Vista SCPC. Os dados têm o objetivo de auxiliar as empresas na tomada de decisão em concessão de crédito. De acordo com a Acso, o relatório mede a inadimplência de três maneiras: CPFs negativados, quantidade de registros e valor total da dívida.
Para os economistas da Acso, em parceria com a Esamc Jr., a tendência de queda na inadimplência é uma boa notícia aos comerciantes de Sorocaba. A economista Carla Giuliani afirma que o número de registros é maior do que o de CPFs porque muitas vezes uma pessoa possui contas não pagas de diversas instituições ou empresas, ou seja, está inadimplente em diversas situações.
Gastar menos do que se ganha
De acordo com a economista Carla Giuliani, muitas pessoas questionam o que fazer financeiramente neste momento atípico de pandemia e recessão da economia. “A boa dica de sempre é gastar menos do que ganha, para não ter problemas de insolvência”, afirma.
Pesquisas apontam ainda que os consumidores estão gastando menos durante a pandemia e adiando a compra de itens que não são considerados essenciais neste momento. A economista disse ainda que os números da queda da inadimplência em Sorocaba são, ao mesmo tempo, positivos e negativos.
“Otimistas porque indicam o cuidado que as pessoas estão passando a ter em relação ao consumo e suas consequências, uma boa parte conseguindo quitar suas dívidas. Pessimistas porque demonstram a queda na atividade econômica por conta do coronavírus e consequente diminuição nas compras a prazo, o que pode nos levar a uma crise financeira ainda mais grave”, avalia.
Já os benefícios pagos pelo governo federal durante a pandemia, como o auxílio emergencial (R$ 600), nem sempre foram usados para quitar dívidas. Parte do dinheiro foi gasto pelas famílias na compra de itens básicos como alimentação, por exemplo. Por outro lado, os trabalhadores que recentemente começaram a sacar o FGTS emergencial, no valor de um salário mínimo (R$ 1.045), puderam usar o recurso para renegociar pendências como de cartão de crédito e cheque especial, já que as pessoas continuam tendo suas rendas mensais.
Compras on-line
Embora os consumidores estejam mais contidos durante a pandemia, pesquisas também mostram que as compras on-line aumentaram no mesmo período e que tal comportamento deve permanecer no pós-pandemia. É o que aponta um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
A pesquisa mostra que os brasileiros aumentaram suas compras on-line, passaram a usar meios digitais de pagamentos e devem continuar com essa rotina de compra e consumo no pós-pandemia.
Segundo os dados, 61% dos consumidores que compraram on-line durante a quarentena, aumentaram o volume de compras devido ao isolamento social. O destaque foi para alimentos e bebidas de consumo imediato que cresceram 79%.
Conforme os resultados da pesquisa, depois de experimentarem o comércio eletrônico em novas categorias, o consumidor brasileiro indica que está mudando o comportamento de consumo, com 52% dos entrevistados comprando mais em sites e aplicativos durante a quarentena e 70% respondendo que pretendem continuar. (Ana Cláudia Martins)