Hospitais públicos de Sorocaba garantem estoques de anestésicos
Responsável pelo CHS e Adib Jatene, Estado afirma ter adquirido 6,5 milhões de medicamentos em junho. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (15/5/2020)
Os três hospitais públicos de Sorocaba afirmam que possuem reservas suficientes de medicamentos sedativos e relaxantes musculares, necessários para o atendimento emergencial de pacientes. Por enquanto, não há risco de desabastecimento para os pacientes com novo coronavírus da Santa Casa, do Hospital Regional Adib Domingos Jatene e do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS).
No Adib Jatene e no CHS, ambos estaduais e referência para moradores de 48 cidades da região, incluindo Sorocaba, a Secretaria de Estado da Saúde afirma que a assistência está garantida aos pacientes. “A Secretaria intensificou o monitoramento dos estoques de medicamentos utilizados em unidades hospitalares -- principalmente naquelas que estão à frente do combate à Covid-19”, informa a pasta.
Ainda segundo o Estado, no início do mês de junho, a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica fez uma força-tarefa e adquiriu 6,5 milhões desses medicamentos, incluindo remédios utilizados em pacientes intubados. “Além disso, mantém diálogo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), para articulação junto ao governo federal, visando o envio de mais quantitativos para reforçar os estoques”, aponta.
Já a Santa Casa, hospital referenciado pela Prefeitura de Sorocaba para atendimento de pacientes com novo coronavírus, reconheceu por intermédio de sua assessoria de imprensa que existe, neste momento de pandemia, uma acentuada deficiência e dificuldade na aquisição de diversos medicamentos; mas, não exclusivamente, anestésicos. O hospital afirma que trabalha intensificadamente para evitar uma ausência total de medicamentos essenciais por longos períodos.
“Estamos numa intensa busca diária junto aos laboratórios fornecedores e distribuidores do Brasil inteiro. A falta de medicamentos de prescrição única, independentemente do tipo de doença, sempre pode levar a algum tipo de comprometimento no atendimento aos pacientes”, aponta.
Apesar de ainda não comprometer o atendimento de pacientes no hospital, a questão preocupa a Santa Casa. “Sempre estamos à procura de substitutos seguros para os mesmos, bem como à readequação de doses e associações de efeitos similares. Mas esperamos que esta seja apenas uma ação emergencial e temporária, em vistas à situação especial pela que passa a saúde hoje, não só no Brasil mas no mundo todo. Porque aí sim ficaríamos sob o perigo de um sério agravamento na assistência a esses pacientes que deles fazem uso, ou que deles precisam em situações de emergência”, destaca.
Assunto preocupa confederação
Sedativos são utilizados no processo de intubação de pacientes com complicações decorrentes da Covid-19. Crédito da foto: Mister Shadow / ASI / Estadão Conteúdo (7/7/2020)
O problema da escassez de sedativos preocupa a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB). No último dia 30, a CMB publicou comunicado informando que a situação estava crítica em hospitais filantrópicos de todo o Brasil, afirmando que os estoques das entidades estão no limite e, em muitas instituições, há medicamentos para menos de uma semana. Conforme a CMB, o uso de anestésicos estaria sendo poupado para casos de urgência ou maior gravidade.
“Em razão disso, alguns hospitais estão reduzindo os atendimentos, como exames e cirurgias eletivas, outros estão fechando temporariamente centros cirúrgicos e unidades específicas, como de atendimento à pacientes com queimaduras e de procedimentos de transplantes. Há instituições que não estão conseguindo mais receber pacientes por não terem como atendê-los sem o suporte dessas medicações”, aponta.
Para a entidade, a questão torna-se ainda mais delicada no atual momento da pandemia, uma vez que os medicamentos para sedação são utilizados no processo de intubação em pacientes com complicações decorrentes da Covid-19.
Já o Ministério da Saúde, na semana passada, divulgou nota afirmando que “anestésicos e relaxantes musculares utilizados para a intubação de pacientes que tiveram complicações da doença estavam com os estoques zerados em algumas localidades”.
A pasta federal disse ainda que, diante do panorama emergencial, o Ministério tem realizado diariamente um levantamento dos estados e municípios que estão com os níveis de estoques zerados ou muito baixos, para fazer a distribuição dos remédios, atendendo emergencialmente as necessidades de todas as localidades. (Ana Cláudia Martins)
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