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Grupo protesta em frente ao zoo contra a transferência de chimpanzé

06 de Maio de 2019 às 10:48

Grupo protesta em uma das entradas no zoológico de Sorocaba. Crédito da foto: Emídio Marques (6/5/2019)

Um grupo de pessoas protestou em frente ao Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, na manhã desta segunda-feira (6), em Sorocaba. Eles são contra a transferência do chimpanzé Black para o Santuário dos Primatas.

Os manifestantes fizeram um cordão de isolamento na entrada de serviço do zoológico, na rua Teodoro Kaisel, na Vila Hortência. O ato é pacífico.

Os ativistas contrários estão com uma corda em frente ao portão de serviço do zoológico de Sorocaba para tentar impedir a saída do caminhão com o animal. Em alguns momentos eles gritam “fica Black”. Moradores da rua também acompanham a movimentação no local, assim como a imprensa sorocabana.

O ativista Leandro Ferro, representante das duas entidades que ingressaram na Justiça para a transferência do chimpanzé, afirma ser favorável à transferência do chimpanzé. De acordo com ele, no santuário já está tudo preparado para a chegada dele.

O processo de transferência do chimpanzé Black para o Santuário dos Primatas teve início durante a manhã no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros. Somente seis profissionais atuam diretamente no recinto para não causar estresse no animal.

Segundo informou a Secretaria de Comunicação e Eventos de Sorocaba, o objetivo dos profissionais é evitar a aplicação de sedativo no chimpanzé. A ideia é fazer com que Black entre, de livre e espontânea vontade, dentro de uma gaiola colocada no recinto. É nela que o animal será transportado para o Santuário dos Primatas.

O chimpanzé Black é observado por visitante no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, em Sorocaba. Crédito da foto: (21/1/2014)

O Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros está fechado para a visitação pública, como ocorre todas as segundas-feiras. Nem mesmo a entrada da imprensa foi permitida para acompanhar o processo de transferência.

Entre os profissionais presentes nas proximidades do recinto de Black, dois são do zoológico. Um deles, inclusive, seria o tratador do chimpanzé. Os demais são funcionários do Santuário dos Primatas.

Decisão judicial

A decisão de transferir Black ocorreu após uma decisão da Justiça. Veterinários e biólogos divergem sobre o tema, pois alguns afirmam que o chimpanzé já está habituado com a rotina e com as pessoas do zoológico, enquanto as duas entidades que pedem a transferência — Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda) e Associação Sempre Pelos Animais — alegam que, no santuário, o animal poderia interagir com outros primatas e não precisaria mais conviver com o estresse causado pela visitação.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), para decidir pela transferência de Black, se baseou também no parecer técnico do biólogo Sérgio Greif. Segundo ele, o que mais pode causar incômodo em Black é o fato de viver sozinho, sem contato com outros primatas.

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Por alguns anos, o chimpanzé, que com aproximadamente oito anos foi resgatado de um circo, viveu na companhia de Rita, que já faleceu. Em 2004, durante reformas no recinto dos primatas no zoo, Black passou alguns meses vivendo no santuário, onde se relacionou com a chimpanzé Margarete. Após a reforma, Black e Rita retornaram ao parque municipal. (Da Redação)