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Golpe do motoboy: Deic faz operação contra grupo de estelionatários

12 de Fevereiro de 2021 às 21:50

Preso responsável por roubar valores no Brasil e Paraguai Crédito da foto: Fábio Rogério (28/8/2020)

A Polícia Civil de Sorocaba, por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), deflagrou ontem (12), pela manhã, a Operação Artificium com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que praticava crimes de estelionatos e lavagem de dinheiro.

Dez pessoas foram presas, sendo cinco homens e cinco mulheres. Foram cumpridos 12 mandados de prisão temporária e duas pessoas, um homem e uma mulher, estão foragidos. Vinte mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo, Barueri e Bragança Paulista e Praia Grande. Entre os presos estão os líderes da quadrilha.

O trabalho de investigação do delegado Felipe Marino Orosco teve início há seis meses, após 11 casos relacionados com o denominado “golpe do motoboy” na região de Sorocaba, que consistia no recebimento de ligação telefônica de pessoa que se passa por funcionário de instituição bancária que informava que o cartão da vítima, em regra pessoa idosa, havia sido clonado, consequentemente gerando nervosismo e preocupação no alvo do golpe.

Em seguida, o agente criminoso informava que um colaborador do suposto banco iria até casa da pessoa para retirar o cartão para que fosse realizado o bloqueio e, assim, evitar que ela sofresse prejuízo econômico. Com o cartão em mãos, criminosos realizavam os saques possíveis, bem como simulavam compras por meio de pagamento com o referido cartão, passando em maquininhas de supostos lojistas.

Após meses de investigação, a Deic de Sorocaba conseguiu identificar os agentes de todos os núcleos da organização criminosa, dentre eles o motoboy, os supostos comerciantes que autorizavam a utilização de máquinas de cartão, a central telefônica que realizava os contatos e as pessoas que lavavam o dinheiro.

Os policiais afirmaram que a prisão dos chefes da quadrilha é uma grande conquista da Deic de Sorocaba. “De maneira bem inovadora, a Deic de Sorocaba conseguiu identificar não só a base da organização, mas, com diversos recursos tecnológicos, conseguimos identificar o líder da organização criminosa”.

Já o delegado Rodrigo Ayres falou sobre a importância da prisão dos líderes. “Se você tem uma liderança em liberdade, ela age nessa região. Depois, ela consegue outras pessoas, em outras regiões, e consegue cometer esse crime novamente”, explicou ele.

Foi verificado que a organização criminosa movimentou R$ 10 milhões em diversas operações realizadas com a finalidade de dissimular os valores. Durante as operações de busca, os policiais localizaram R$ 400 mil, em dinheiro, na casa de um dos líderes da quadrilha. O dinheiro foi apreendido e ficará à disposição da justiça. As vítimas identificadas pela Deic foram ressarcidas pelos respectivos bancos.

O delegado Felipe Marino Orosco relatou que algumas vítimas chegam a adoecer porque “os criminosos retiram aquela pequena reserva que a pessoa conseguiu com muito esforço ao longo da vida”. Ele ainda pediu para as pessoas orientarem seus parentes idosos para que não caiam neste golpe. “Tentem explicar a dinâmica deste golpe. Não é o procedimento do banco recolher o cartão na casa”, disse o delegado Felipe.

O inquérito policial será compartilhado com delegacias de outros municípios para apurar a ação dos criminosos em outras cidades. Já os presos, responderão por três crimes: associação criminosa, lavagem de dinheiro e estelionato. (Da Redação)