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Garimpo em área de empresa desativada em Sorocaba volta a incomodar

03 de Janeiro de 2020 às 00:01

Garimpo em área de empresa desativada volta a incomodar Moradores denunciam queima de material tóxico na área. Crédito da foto: Divulgação

O ano-novo começou com velhos transtornos para moradores da região da antiga fábrica da Saturnia, na zona industrial de Sorocaba. Eles denunciam que garimpeiros de chumbo passaram o réveillon escavando o terreno para a retirada de baterias enterradas no local -- posteriormente queimadas gerando fumaça tóxica.

Conforme as denúncias, a fumaça chegou a vários bairros da zona industrial, como Éden, Portal do Éden e Jatobá. É um novo episódio para uma longa novela noticiada à exaustão pelo Cruzeiro do Sul durante todo o ano de 2019. “Na maioria das vezes, a queima ocorre de madrugada. É o horário que os garimpeiros encontram para despistar a fiscalização. Agora eles aproveitaram que era dia 1º e havia fragilidade na fiscalização”, afirma um morador do Portal do Éden que prefere não se identificar.

A maior preocupação das pessoas ouvidas é com a saúde. “O cheiro é semelhante à queima de borracha ou plástico”, descreve outro morador. Conforme o relatório final da Comissão Especial da Câmara de Sorocaba sobre o caso, há resíduos sólidos altamente poluentes enterrados a um metro de profundidade em uma área de 63 mil metros quadrados na antiga Saturnia.

Fiscalização

A Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema) informou que foi acionada nesta quinta-feira (2) pela Defesa Civil a respeito de fumaça no local. Conforme a pasta, os focos de incêndio foram contidos no período da manhã, a Patrulha Ambiental realizou blitz na área e as pessoas foram orientadas a deixar o local.

Um comitê foi formado em outubro do ano passado para tratar dos problemas de saúde pública, ambiental e social relacionados ao local. Ele é presidido pelo secretário do Meio Ambiente, Maurício Tavares da Mota, e conta com representantes do Ministério Público, Cetesb, Câmara Municipal, Prefeitura de Sorocaba, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental.

Conforme a Sema, no momento, o grupo “aguarda autorização da Cetesb para que seja feita uma intervenção na área particular para impedir que as pessoas façam garimpo no local contaminado”. O terreno foi leiloado em dezembro do ano passado. (Eric Mantuan)

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