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Funcionários de dois Caps entram em greve em Sorocaba

12 de Setembro de 2019 às 21:50
Marcel Scinocca [email protected]

Fachada do Caps da Vila Progresso. Crédito da foto: Erick Pinheiro (17/08/2016)

Funcionários de dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Sorocaba estão em greve por falta de pagamento. As unidades afetadas estão localizadas nos bairros Vila Hortência e Vila Progresso. Os trabalhadores são contratados pela Associação Paulista de Gestão Pública (APGP), que é a responsável pela gestão das unidades.

Conforme o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Sorocaba e Região (SinSaúde), 70% dos profissionais paralisaram as atividades. De acordo com Milton Sanches, presidente da entidade, 15 casas terapêuticas da cidade também estão com problemas, já que o atraso nos pagamentos também afeta as unidades.

Conforme Milton, nas casas terapêuticas não houve alteração no funcionamento pelo fato de haver apenas um profissional. Entretanto, houve caso do profissional que trabalhou a noite e teve que “dobrar”, já que o substituto não compareceu para trabalhar.

Parte dos funcionários da terceirizada estiveram na Câmara de Sorocaba. Eles relatam problemas também com cesta básica e vale transporte. Ainda conforme eles, não é a primeira vez que ocorre o atraso. “Todo mês é assim”, diz Sanches. “Estamos sem salário e há um ano, em todos os meses, recebemos com atraso”, comentou uma das funcionárias que esteve na Câmara.

A reportagem constatou que, de fato, em uma das unidades -- Vila Progresso -- houve paralisação e o atendimento foi parcial. A APGP não comentou a situação. Segundo a entidade, a pessoa que poderia tratar da questão não estava disponível.

Prefeitura de Sorocaba

A Prefeitura de Sorocaba informou ontem que a prefeita Jaqueline Coutinho (PDT), se reuniu pela manhã com o presidente do SinSaúde, e do Conselho Municipal de Saúde, Milton Sanches, e um grupo de trabalhadores para tratar do caso.

Durante a reunião, a prefeita explicou que houve problema de ordem burocrática na tramitação de documentos, envolvendo a entidade responsável pela administração de duas unidades dos Caps e outras 15 Residências Terapêuticas, o que gerou o atraso no repasse da verba. Jaqueline assegurou que a situação deverá ser resolvida nos próximos dias. A APGP recebe seus repasses por meio de processo indenizatório.

A Prefeitura afirmou ainda que não recebeu qualquer notificação acerca de greve dos funcionários da APGP. Sanches rebateu, dizendo que as notificações ocorrem todos os meses.

Por fim, o Executivo afirmou que foram publicados dois editais de chamamento, um para a contratação de uma nova instituição para gerir os dois CAPSs e um segundo para a gestão das 15 RTs. O primeiro edital foi suspenso pela Justiça. Já o segundo está próximo de ser concluído. (Marcel Scinocca)