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'Fiscais' de trabalho análogo à escravidão em fábrica de cigarros são presos

29 de Agosto de 2019 às 10:20

Uma grande quantidade de cigarro foi apreendida na época do flagrante. Crédito da foto: Divulgação / PM (16/06/2019)

*Atualizada às 11h40

Dois homens foram presos por participação em crimes envolvendo uma fábrica clandestina de cigarros em Piedade, na Região Metropolitana de Sorocaba. As prisões ocorreram na manhã desta quinta-feira (28), durante a Operação 136 da Polícia Federal.

Conforme a PF, os presos eram os responsáveis pelo transporte de paraguaios que trabalhavam no local em situação análoga à de escravidão. A investigação apontou que eles também atuavam na “fiscalização” do trabalho realizado pelos homens.

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Os dois acusados foram alvo de mandados de prisão preventiva, assim como o homem apontado como o dono da fábrica. Este último, porém, não foi encontrado e segue foragido.

A Polícia Federal também cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços relacionados ao investigados. Os mandados foram cumpridos em Sorocaba, São Paulo, Embu e Taboão da Serra.

Os presos foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba. Eles devem prestar depoimento semana que vem na Delegacia da PF em Sorocaba, que investigado o caso.

A fábrica foi localizada em um galpão no bairro Liberdade. Crédito da foto: Divulgação / PM (16/06/2019)

Os crimes investigados são contrabando, tráfico internacional de pessoas, redução à condição análoga à de escravos, falsificação de selo/sinal público e sonegação fiscal, entre outros.

O nome da operação faz alusão ao número telefônico da Ouvidoria do SUS, constante em todos os maços de cigarro, inclusive nos falsificados apreendidos.

Fábrica foi descoberta em junho

A fábrica clandestina de cigarros foi descoberta pela Polícia Militar no dia 16 de junho. Seis homens trabalhavam no local durante o flagrante em situação análoga à de escravo. Cinco paraguaios e um brasileiro, natural do Rio de Janeiro, foram detidos e liberados.

No local foram encontradas máquinas, matéria prima para fabricação de cigarro e pacotes de cigarros. Foram necessários cinco caminhões para recolher todo o material, que foi apreendido pela Receita Federal.

Na ocasião, os cidadãos que tomavam conta do imóvel conseguiram fugir. Com o aprofundamento das investigações, porém, foi possível apurar a autoria e materialidade de diversos crimes. (Com informações de Nicole Bonentti)