Festas ilegais voltam a incomodar moradores em bairros de Sorocaba
Área localizada no Vitória Régia 3 é uma das ocupadas pelos organizadores dos pancadões. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (26/8/2020)
Depois de terem sido reduzidas por conta da pandemia do novo coronavírus, as festas ilegais com baile funk, conhecidas como pancadões, voltam a incomodar moradores de diferentes bairros de Sorocaba.
Com a maior flexibilização do isolamento social, de um canto a outro da cidade, os jovens se reúnem durante a madrugada. Assim, realizam as festas clandestinas regadas a álcool, drogas e música alta.
Vizinhos das regiões com esse tipo de aglomeração relatam as madrugadas insones por conta do barulho. Além disso, a intensa movimentação de jovens incomoda e causa medo aos moradores. Isso os impede, por exemplo, de denunciar os encontros ilegais por temerem retaliações.
Em uma das ações, a Operação Pancadão da GCM apreendeu bebidas e drogas. Crédito da foto: Divulgação / GCM
Operação Paz e Proteção
De acordo com a Polícia Militar, para coibir a ação, os oficiais realizam regularmente a operação Paz e Proteção em toda a cidade.
Assim, os bairros com maior incidência desse tipo de atividade são o Ipiranga, na zona oeste, Ana Paula Eleutério (o Habiteto) e o Vitória Régia, ambos na zona norte de Sorocaba.
Contudo, os pancadões são itinerantes, por isso, a dificuldade de desarticular totalmente as aglomerações.
“As operações, realizadas principalmente nos finais de semana, são desencadeadas nos locais possíveis de eventos e, dentro do critério técnico são direcionadas viaturas para saturar o local antes de seu início”, explica a PM sobre ação de combate.
Bebidas apreendidas nas operações têm procedência duvidosa e são vendidas indiscriminadamente inclusive a menores de idade, o que configura mais um crime. Crédito da foto: Divulgação / GCM
Festas incômodas
Mais do que perturbar o sossego dos moradores do local, os encontros na madrugada também servem de palco para diversas atividades ilegais, como o tráfico de drogas.
De dezembro de 2019 a agosto de 2020, a Polícia Militar já apreendeu 66 quilos de entorpecentes.
Conforme o Comando de Policiamento do Inferior 7 (CPI-7), nos último nove meses, policiais abordaram mais de 21 mil pessoas durante ações nos pancadões. Além disso, os agentes detiveram 131 frequentadores nessas festas ilegais.
Com foco em som alto, os agentes vistoriaram mais de oito mil veículos. Desse total, eles removeram 637 carros para o pátio e aplicaram 264 Autos de Infração de Trânsito (AIT).
Veículos com caixas de som adaptadas garantem a movimentação das festas. Crédito da foto: Divulgação / GCM
Ação conjunta
Além de tirar o sono dos vizinhos, os bailes ilegais têm mobilizado diversas esferas do poder público.
Além da Polícia Militar, a Guarda Civil Municipal (GCM) também realiza a Operação Pancadão semanalmente.
Conforme a GCM, em 2019, os guardas civis municipais realizaram 157 ações de fiscalização que resultaram em 493 veículos vistoriados, 4.602 AITs e 38 veículos apreendidos.
Só em 2020, a Guarda já realizou 215 operações, com 4.500 AIT, 22 veículos apreendidos e quinze frequentadores conduzidos à Delegacia de Polícia.
Os GCMs também agem contra o tráfico e o consumo de entorpecentes.
Neste ano, por exemplo, os guardas civis já apreenderam 2.771 porções de cocaína, 484 de crack, 443 de maconha, além de 205 litros de bebidas alcoólicas. (Wesley Gonsalves)
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