Faltam 41 ginecologistas na rede municipal de Sorocaba
Falta de médicos prejudica também o atendimentos às gestantes. Rede conta, atualmente, com 49 ginecologistas. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (16/11/2018)
A rede municipal de Saúde tem déficit de 41 médicos ginecologistas. A informação é da Secretaria da Saúde de Sorocaba (SES), que solicitou ao Executivo a realização de concurso público para a contratação dos profissionais, mas o assunto ainda está em análise. Conforme a SES, atualmente 49 médicos ginecologistas fazem parte da rede municipal de saúde.
Os profissionais são essenciais para os atendimentos em Saúde da Mulher e assistência ao pré-natal e puerpério (período pós-parto), que são procedimentos todos previstos em protocolo municipal, conforme determinação do Ministério da Saúde.
De acordo com a SES, segundo a Portaria de Consolidação Nº 1, de 28 de setembro de 2017, que aponta os critérios e parâmetros assistenciais para o planejamento e programação de ações e serviços de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), atualmente existe o déficit de 41 profissionais da especialidade calculado por “população SUS”.
Outro agravante, segundo a SES, é que nos últimos anos, desde 2013, 33 médicos ginecologistas e obstetras desligaram-se da rede municipal de Saúde, por aposentadoria ou por exoneração.
O assunto da falta de profissionais foi comentado pelo secretário da Saúde, Ademir Watanabe, na audiência realizada na semana passada, na Câmara de Sorocaba, sobre a prestação de contas da pasta referente ao 3º quadrimestre de 2019.
Sífilis
Na ocasião, os vereadores presentes na audiência questionaram o secretário de Saúde, por exemplo, sobre os casos confirmados de sífilis em gestantes e em bebês, dos anos de 2018 e 2019, que foram apresentados pela pasta na prestação de contas das ações e programas da pasta.
Conforme os dados da SES, o total de exames positivos em gestantes na cidade de casos de sífilis aumentou no ano passado em relação ao ano anterior. Foram 256 em 2019 contra 226 em 2018, ou seja, aumento de 30 casos da doença em gestantes. Já em relação aos bebês, foram 51 casos positivos em 2018 e mais 37 em 2019.
Para os vereadores, o aumento de casos de sífilis em gestantes e em bebês é resultado de falhas no atendimento pré-natal de gestantes, já que a sífilis congênita tem cura e o tratamento é feito com penicilina.
A sífilis congênita pode causar diversas complicações, como parto prematuro, malformações fetais, morte ao nascimento, baixo peso ao nascer, sequelas neurológicas, entre outras. Além disso, quando a mulher adquire sífilis durante a gravidez poderá haver infecção assintomática ou sintomática nos recém-nascidos.
Mais de 50% das crianças infectadas são assintomáticas ao nascimento, com surgimento dos primeiros sintomas, geralmente, nos primeiros três meses de vida. Por isso, é muito importante a triagem sorológica da mãe durante o pré-natal e na maternidade.
O secretário Watanabe disse que para melhorar o atendimento às gestantes na rede municipal é necessário a contratação de mais médicos ginecologistas e obstetras, e por conta disso sugere a realização de concurso público.