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Falhas nos dispositivos sonoros prejudicam deficientes visuais

28 de Novembro de 2018 às 10:50
Ana Claudia Martins [email protected]

Falhas nos dispositivos sonoros prejudicam deficientes visuais Segundo a Prefeitura, há sete locais na cidade que têm semáforos com o equipamento. Crédito da foto: Fábio Rogério

A falta de manutenção nos dispositivos sonoros instalados em alguns semáforos de Sorocaba têm sido motivo de reclamação por parte dos deficientes visuais que utilizam o equipamento para atravessarem as ruas da cidade com segurança. Atualmente, há dispositivos somente em sete cruzamentos, a maioria em ruas da área central. Na tarde de segunda-feira (26), a equipe de reportagem do Cruzeiro do Sul percorreu alguns desses locais no Centro junto com o deficiente visual Carlos Alberto Bueno Tomanik. Como ele trabalha próximo à rua Álvaro Soares, costuma usar o dispositivo existente nos semáforos, mas reclama que constantemente alguns não funcionam. Fato constado em pelo menos três pontos naquela tarde pela reportagem: no semáforo da Álvaro Soares (em frente à Casas Bahia), no início da rua Sete de Setembro, e no cruzamento da Sete de Setembro com a Padre Luiz os dispositivos do conjunto semafórico não funcionaram.

Questionada, a Urbes - Trânsito e Transportes disse, em nota, “que até o momento tinha conhecimento de problemas nas botoeiras em frente à Casas Bahia e na rua Padre Luiz. Com relação as demais, pedimos aos técnicos para verificar o que precisará ser feito. Os problemas apontados dependiam de troca do equipamento e não havia sido feito porque não tínhamos em estoque, pois estavam em manutenção”, diz a empresa responsável.

Falhas nos dispositivos sonoros prejudicam deficientes visuais Carlos Alberto disse que constantemente alguns dispositivos não funcionam. Crédito da foto: Fábio Rogério

Carlos Alberto afirma que os semáforos com sinal sonoro dão mais segurança para os deficientes visuais na hora de travessia na faixa de pedestre. “Quando o semáforo tem o dispositivo a gente aperta o botão e em seguida é emitida uma mensagem sonora avisando para aguardar o momento da travessia. Aí quando o sinal fecha e fica verde outra mensagem avisa que a travessia pode ser feita e um apito é o sinal para fazer a travessia”, aponta. Segundo ele, alguns dispositivos existentes nos semáforos não estavam funcionando há cerca de três meses. A Urbes, porém, afirma que a manutenção dos equipamentos é feita “pelo menos uma vez por mês”. “Os técnicos passam em todos os locais. Temos alguns equipamentos em manutenção para a troca de botoeiras com defeito”, afirma a empresa.

Segundo a Prefeitura de Sorocaba, os sete locais da cidade que possuem os semáforos com o dispositivo sonoro são: avenida Washington Luiz x rua Barão de Piratininga, ruas Álvaro Soares, São Bento x Santa Clara, Sete de Setembro x Miranda Azevedo, Sete de Setembro x Padre Luiz, Sete de Setembro x Praça Nicolau Scarpa, e rua da Penha x rua Padre Luiz.

Cidade precisa de mais equipamentos, defende associação

Para o professor de orientação e mobilidade da Associação Sorocabana de Atividades para Deficientes Visuais (Asac), Diorgenes Batista da Silva, a quantidade de semáforos com dispositivo sonoro é insuficiente para o tamanho da cidade. “Só na Asac temos 140 deficientes visuais cadastrados e mais 70 em outra entidade parceira, o que totaliza 210 pessoas. E há ainda o total de deficientes visuais na cidade que não sabemos quantos são”, destaca.

Falhas nos dispositivos sonoros prejudicam deficientes visuais Urbes diz que há pedido para comprar mais dispositivos. Crédito da foto: Fábio Rogério

Segundo ele, o ideal é ter mais dispositivos nos semáforos e em outras regiões de Sorocaba. Ele diz que, quando constata que algum equipamento não está funcionando, imediatamente comunica à Urbes. Já a empresa disse que recebe informação a respeito de munícipes pelos canais de comunicação da Urbes e também por meio da vistoria dos técnicos.

No início de dezembro de 2017, a Urbes disse ao Cruzeiro do Sul que iria fazer a instalação de mais cinco conjuntos semafóricos com sinal sonoro para deficientes visuais, o que não ocorreu. Os locais previstos para receber os dispositivos eram a avenida Itavuvu, avenida São Paulo (em frente à Santa Casa), rua Nogueira Padilha (no acesso à Unidade Pré-Hospitalar) e avenida Gisele Constantino. Em nota, a Urbes justificou que o fato “não ocorreu”, mas que há pedido de compra para adquirir novos equipamentos.

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