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Ex-vice prefeito de Itu que mandou matar dois é transferido para São Roque

29 de Novembro de 2018 às 18:25

Ex-vice prefeito de Itu e empresário Oliveira Júnior. Crédito da foto: Emídio Marques

*Atualizada

A Polícia Civil transferiu o empresário e ex-vice-prefeito de Itu, Élio Oliveira Júnior, para a cadeia de São Roque. Ele foi preso em 25 de setembro na Paraíba e estava detido na capital João Pessoa. A remoção ocorreu com autorização da Justiça paraibana, para que ele cumpra em São Paulo a condenação de 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. O crime ocorreu em janeiro de 2006, num semáforo na cidade de Itu. A vítima foi um advogado e houve agravante de tentativa de assassinato também contra outro homem, um radialista que estava no mesmo carro e foi atingido por tiros disparados por dois motociclistas.

O delegado seccional de Sorocaba, Marcelo Carriel, e o delegado de Itu, Nicolau Santarém, falaram sobre a transferência em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (29) na Delegacia Seccional de Sorocaba. Após a entrevista, Oliveira Júnior foi apresentado à imprensa no momento em que era transferido para a cadeia de São Roque, onde ficará preso até ser designada vaga e local pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado. Ele não falou com repórteres.

Delegados Marcelo Carriel e Nicolau Santarém. Crédito da foto: Emídio Marques

Santarém e mais dois policiais viajaram a João Pessoa na quarta-feira para buscar Oliveira Júnior. A viagem foi feita de avião e chegaram ontem de madrugada. O empresário recebeu a sentença em 2015 e o mandado de prisão foi expedido em 2017. Desde então, como não foi encontrado, era considerado foragido pela polícia e só foi preso de 25 de setembro deste ano, na cidade paraibana de Cubati, a 60 km de Campina Grande, numa abordagem de trânsito.

Na abordagem, segundo a polícia, ele apresentou uma CNH falsa e por isso também responderá processo por falsidade ideológica. Foi a partir desse episódio que a polícia paraibana identificou o mandado de prisão emitido contra ele pela Justiça paulista.

À polícia, Oliveira Júnior negou que tenha fugido após a decretação do mandado de prisão. Mas Carriel acredita que essa alegação “cai por terra” por causa do documento falso apresentado na fiscalização de trânsito. O condenado também informou que desde 2017 esteve em Santa Catarina, São Paulo, Ceará e Paraíba.

O crime do qual ele é acusado como mentor teve como vítima o advogado Humberto da Silva Monteiro e como alvo de tentativa de homicídio o radialista Dedé Dantas Filho. Os dois haviam trabalhado com Oliveira Júnior e romperam com ele. Divergências políticas teriam sido a causa do crime.

As investigações apuraram que Oliveira Júnior teria encarregado dois homens de contratarem outros dois para executarem o crime. Os quatro foram identificados, presos e julgados. Três deles ganharam liberdade por benefício de progressão de pena e um continua preso. Oliveira Júnior aguarda julgamento de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em que solicita a anulação do júri que o condenou em 2015.