Novo Hospital Regional Adib Domingos Jatene é referência para atendimento a pacientes de novo coronavírus dos 48 municípios da região de Sorocaba (DRS-16). Crédito da foto: Vinícius Fonseca / Arquivo JCS (15/5/2020)

A Secretaria de Estado da Saúde e a Prefeitura de Sorocaba divergem sobre o atual número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no novo Hospital Regional Adib Domingos Jatene que são exclusivos para atendimento de pacientes Covid. Há três dias, o censo de leitos da Prefeitura afirma que o Adib Jatene conta atualmente com 30 leitos de UTI adulto, exclusivos para casos de novo coronavírus, e mais 17 leitos clínicos (enfermaria). Porém, até a última terça-feira (21), o município informava que o número total de leitos de UTI Covid adulto no Adib Jatene era de 35 e não 30.

O jornal Cruzeiro do Sul questionou o governo estadual a respeito. A Secretaria de Estado da Saúde afirma que não houve redução de leitos de UTI Covid no Adib Jatene e que o número permanece em 35. Já a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Saúde (SES), afirma, contudo, que o número de leitos de terapia intensiva no novo Hospital Regional de Sorocaba Adib Domingos Jatene é informado ao município pelo próprio hospital estadual.

Questionada sobre a divergência dos números e se houve ou não a redução de cinco leitos de UTI Covid no Adib Jatene, o governo estadual nega. Em nota, a pasta estadual afirma que, na região de Sorocaba, a Secretaria de Estado da Saúde mantém dois serviços próprios para atendimento à pacientes graves com o novo coronavírus, com total garantia de assistência. “Não procede que há fechamento de leitos”, diz.

A pasta estadual disse ainda que o Adib Jatene possui 51 leitos destinados à Covid-19, sendo 35 UTI e 16 enfermaria, com taxa de ocupação em 80% (28) na terapia intensiva e 81% (13) na enfermaria. Além disso, a pasta estadual afirma que a região de Sorocaba, especificamente, já recebeu 103 respiradores para auxílio no atendimento de pacientes graves de Covid-19. “Nessa semana foram enviados mais nove equipamentos: cinco para a Santa Casa de Tatuí e quatro para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS)”, destaca.

Também questionada pelo Cruzeiro do Sul, a SES afirma que somente divulga os números sobre o total de leitos dos hospitais de Sorocaba com base nos dados divulgados pelas próprias unidades, e que não existe a possibilidade de erro na divulgação do número por parte da pasta municipal.

Já o governo estadual afirma que, até quinta-feira (23), a taxa geral de ocupação na rede de saúde de Sorocaba era de 48,4% dos leitos de enfermaria e 71,6% dos leitos de UTI reservados para Covid-19. “Portanto, a região possui condições de assistir pacientes”, assegura o Estado. Ontem, segundo a Prefeitura de Sorocaba, a taxa de ocupação dos leitos de UTI Covid tanto no CHS quando no Adib Jatene era de 90%.

CHS

A Secretaria de Estado da Saúde informou ontem ao Cruzeiro do Sul que o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) possui 29 leitos destinados a casos de coronavírus, sendo 21 de UTI e oito de enfermaria, com ocupação em 85% (17) na terapia intensiva e 100% (8) na enfermaria. O leito UTI Pediátrico está ocupado. Os números informados pela Estado em relação ao CHS não divergem com os do censo diário da Prefeitura.

O governo estadual afirma ainda que, ao todo, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com 310 leitos clínicos e 153 de UTI na região de Sorocaba, com o reforço de 74 leitos de suporte ventilatório, exclusivos para casos de Covid-19. “Além de manter seus hospitais, a Secretaria auxilia no fortalecimento da rede regional, monitorando e atualizando a demanda por leitos em virtude do cenário epidemiológico. Como a demanda é dinâmica, as unidades podem e devem direcionar leitos para garantir atendimento a todo e qualquer paciente que precisar”, afirma a pasta.

Conforme o Estado, os casos mais graves, de internação, podem ser encaminhados para hospitais de referência, como as duas unidades estaduais que o Estado mantém em Sorocaba. “A Secretaria de Estado da Saúde mantém esquema especial de gestão de leitos hospitalares para dar prioridade à internação de pacientes com quadros respiratórios agudos e graves. Além disso, há suporte da Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross), caso qualquer paciente precise ser transferido a unidade que possua recursos específicos, não disponíveis no serviço de origem do atendimento.” (Ana Cláudia Martins)