Educação aguarda soluções do novo prefeito
Vandalismo e falta de vagas são questões que desafiam a administração pública. Crédito da foto: Pedro Negrão / Arquivo JCS (5/5/2014)
Uma área a ser vista como prioridade pelo novo (a) prefeito (a) de Sorocaba, a educação pública municipal ainda necessita de importantes mudanças, para alcançar melhores patamares de qualidade. Antes da pandemia, os ensinos infantil e fundamental já enfrentavam problemas. Com o advento da Covid-19, as dificuldades ficaram mais evidentes, além de terem surgido outras. Esta é a avaliação de Rosana Batista Monteiro, professora do curso de Pedagogia, docente da pós-gradução em Estudos da Condição Humana e líder do grupo Educação, Territórios Negros e Saúde (ETNS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus Sorocaba.
Problemas estruturais, como prédios danificados, falta de carteiras, ventiladores quebrados, dentre outros, persistem. A falta de vagas também ainda é realidade. No ensino integral, por exemplo, redução de 6,8% de vagas desta modalidade, entre 2017 e 2018. Em 2017, 17.394 estudantes ficavam o dia todo na escola. Contudo, em 2018, o número caiu para 16.213. O ensino fundamental foi o mais afetado pela redução de vagas, tanto em instituições estaduais, quanto municipais. Do total de 62.002 alunos nesta etapa, somente 5.652 permaneciam na educação integral, o que representa 9,1%. A segurança é outro impasse. Só entre abril e maio deste ano, unidades de educação municipais foram furtadas e/ou vandalizadas 59 vezes.
Essas defasagens são geradas, principalmente, pela indefinição de políticas públicas críveis e contudentes, considera a especialista. Segundo ela, a implementação de ações efetivas esbarra, sobretudo, na constante troca do comando da Secretaria da Educação (Sedu). Entre 2016 e 2020, o responsável pela pasta mudou seis vezes. “Isso significa descontinuidade do trabalho. (Com as mudanças), projetos que estão em construção ou sendo implementados ficam parados”, pontua Rosana. O planejamento educacional, considera ela, deveria ser feito a partir do dialógo entre poder público e estudantes, professores e a comunidade em geral. Dessa forma, as demandas mais urgentes seriam melhor estabelecidas, avalia a especialista.
Outra questão é a falta de planejamento e de distribuição adequada dos recursos para a área, aponta. A pandemia enfatizou esse impasse, especialmente quanto à falta de investimentos em recursos tecnológicos nas escolas. Os professores não têm a formação necessária para atuar em ambientes digitais. Muitos sequer possuem acesso às ferramentas para ministrar aulas on-line, por exemplo. Para os alunos, a situação não é diferente. Falta computador e internet, itens básicos para o ensino remoto. “Não é possível colocar a economia acima da qualidade da educação. Elas devem caminhar juntas”, completa. (Vinicius Camargo)
Carlos Péper - (Solidariedade)
Crédito da foto: Divulgação
“Na área educacional das escolas públicas são muitas as necessidades para adequar o sistema de ensino a este momento, não podemos fugir desse novo normal. Reorganizar todo o sistema educacional para que os alunos não sejam prejudicados, ouvindo sugestões dos professores, visando um Plano Pedagógico municipal que se adapte a esse momento de ‘Pandemia de Covid 19’. Logo tudo isso vai passar e voltaremos a ver as escolas cheias de alunos, sem preocupação com o isolamento social que hoje se faz necessário, temos fé em Deus. Daremos um padrão de qualidade à rede municipal de educação, implantando equipe de assessoramento pedagógico para formação continuada dos professores, com equipes docentes para reforço escolar. Otimizaremos o acesso a creches e maternais, nos bairros com maior déficit de vagas, através da construção de novas unidades. Vamos equipar melhor a rede de educação com oferta de atividades para todos, humanizando as relações. Qualidade e variedade dos alimentos da merenda escolar. Remodelar a gestão do município com política de valorização dos profissionais da Educação.”
Professor Flaviano - (Avante)
Crédito da foto: Divulgação
“Educação de qualidade, ao lado de saúde e segurança, sempre foi uma das principais reivindicações da população. Se reclamações sempre existiram sobre o ensino público que atende uma rede grande e complexa, como ficará a educação em Sorocaba no período pós-pandemia? Durante os meses de quarentena -- que ainda persiste -- houve tratamento desigual para com os estudantes. A rede municipal patinou. Não implantou um sistema de aulas pela internet satisfatório e a distribuição de cartões de merenda e kit alimentação foi sofrível. O desafio mais urgente será estabelecer um plano estratégico inteligente e estruturado para trabalhar a severa defasagem educacional ocorrida, sendo necessário trabalho de visão, para redução dos danos sofridos pelos alunos, seus familiares e mesmo os profissionais da educação, com envolvimento de equipes multidisciplinares de suporte. Muitas escolas foram depredadas/furtadas, ou estão com mato alto, enfim, recuperar as condições estruturais é um dos principais fatores. Uma das minhas propostas diz respeito à expansão da escola em tempo integral, não somente com aulas, mas também atividades extracurriculares para os alunos.”
Jaqueline Coutinho - (PSL)
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“A educação é prioridade sempre. A pandemia nos obrigou a rever métodos e processos burocráticos e ineficientes. Nunca a prefeitura dificultaria ou se negaria a fornecer a merenda, que para muitas famílias é, inclusive, a refeição principal. Porém, a burocracia travou e atrasou tal compra e entrega, que agora está sendo feita em dobro. Já a informação sobre a eficiência do governo do Estado e a ‘patinada’ da Prefeitura na agilidade das aulas é equivocada. O governo não conseguiu oferecer aulas de maneira estável e os cartões merenda do Estado também não chegaram a todos a tempo. Isso não é uma crítica nossa ao governo, mas uma demonstração de que todos foram pegos de surpresa e tiveram que se reinventar em tempo recorde. Nossa prioridade para o pós-pandemia é planejar um trabalho de reforço contínuo no contraturno escolar já no início do ano letivo. Além disso, vamos rever a metodologia e jornada de todo o currículo escolar, incluindo a revisão da carga horária e inovações nos métodos, para que nossos jovens saiam competitivos no mercado de trabalho.”
Leandro Fonseca - (Democratas)
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“O sistema de ensino on-line já poderia ter sido adotado antes. Infelizmente, nós presenciamos o despreparo grave do poder público. Iremos trabalhar para que tenhamos um site da própria prefeitura e aplicativos que irão disponibilizar aulas e cursos profissionalizantes para quem quiser avançar nos estudos: tudo estará disponível numa plataforma de acesso gratuito, sem consumir os planos de dados. Teremos parcerias para garantir isso. Disponibilizaremos material para as crianças recuperarem este tempo que foi perdido: com conteúdo educacional e cultural de primeira linha e de fácil acesso, atingiremos a todos que precisam e de forma gratuita. Faremos um levantamento exato de quantos precisam de vagas e não têm. Precisamos equalizar as escolas: algumas unidades têm muitos alunos e outras têm poucos. Vamos oferecer uma educação melhor e uma escola com mais estrutura tanto para o professor, quanto para os alunos. Ajustando essa demanda, conseguiremos colocar todas as crianças dentro de sala de aula. O primordial do nosso governo é a educação, saúde e cultura.”
Maria Lúcia - (PSDB)
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“A gestão da Educação em Sorocaba, que já precisava de melhorias, foi péssima durante a pandemia. Isso é inegável. Abandonou os alunos, professores e as famílias. Agora, Sorocaba tem pressa e precisa experiência e agilidade para isso. No pós-pandemia, vamos implantar um programa emergencial de reforço escolar em virtude da perda do ano letivo, inclusive com psicólogos nas escolas para acompanhamento dos alunos e professores. Vamos aprimorar a capacitação dos professores e fazer um mutirão para reformar todas as unidades escolares. Iremos recuperar todas as unidades do Sabe Tudo, que estão abandonadas. Vamos utilizar a tecnologia para ações multidisciplinares de estruturação do Projeto Político Pedagógico. Vamos voltar com o programa Escola da Família nos fins de semana, proporcionando atividades diversas aos alunos e famílias. Vou investir e apresentar projetos aos governos de São Paulo e federal, em busca de vagas em escolas para o período integral. Além disso, vamos diminuir a fila das creches, criando o Vale Vaga, através de convênios com a rede privada.”
Raul Marcelo - (Psol)
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“A pandemia não acabou. Mesmo com a vacina, conviveremos por meses com o coronavírus. O ponto central de nossa campanha é a desigualdade e a educação mostra bem claro o porquê. Enquanto as tecnologias de acesso remoto estiveram presentes na educação privada, o que se observou foi uma deterioração muito grande das condições de vida e de realização da educação na vida das pessoas mais vulneráveis. Parte desses problemas são imposições da pandemia, mas muito decorreu da inoperância da gestão Crespo-Jaqueline que não se articulou ante os problemas que já era conhecidos no mundo no começo do ano, antes de atingir nossa cidade. Podemos citar a distribuição da alimentação escolar, cujas verbas são asseguradas por convênio federal. No plano de ensino, poderia ter sido criado um ambiente mais seguro aos profissionais da educação, sem estabelecer tensão sobre retornos às atividades de forma irresponsável. Para o ano seguinte, defendemos um calendário construído com a comunidade escolar de retorno gradual, respeitando a vacinação e as condições particularidades da educação.”
Renan Santos - (PDT)
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“O cenário educacional durante a pandemia jogou luz ao abismo existente entre a educação pública e privada. No município, a falta de mecanismos tecnológicos fez muitos alunos ficarem para trás e isso é inadmissível! Baseado no conceito de cidade inteligente, o meu plano de governo prevê uma Sorocaba moderna e eficiente. Quero investir 1% do Orçamento Municipal num amplo programa de inclusão digital, estruturando o setor de TI da Secretaria de Educação, capacitando professores e provendo estrutura nas unidades de ensino.
Uma das propostas é o Programa Um Tablet, Uma Criança, que fornecerá tablets aos alunos do ensino fundamental após a alfabetização, como ferramenta complementar do processo pedagógico. Vamos adquirir os aparelhos de empresas fabricantes no próprio município, como apoio à economia local.
Além disso, quero retomar o ensino integral e priorizar os investimentos de infraestrutura das unidades escolares para zerar a fila para as creches. Incentivar a prática esportiva e o aprendizado de língua estrangeira também está no meu plano de governo.”
Rodrigo Manga - (Republicanos)
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“Se a educação no município já reúne inúmeras reclamações de pais e responsáveis, vimos que, com a pandemia, a situação se agravou. Acompanhamos esse grande descompasso entre a educação na rede municipal e nas demais escolas. Buscarei promover uma educação de qualidade e mais inclusiva. Entre nossas propostas de governo, estão a informatização do sistema educacional; valorização e investimento na formação continuada dos professores; implantação de um modelo pedagógico mais eficiente com estímulo ao uso de novas tecnologias; além de reparos nas escolas, muitas delas depredadas. Quero, ainda, garantir a inclusão de crianças com deficiência e implantar campanhas educativas sobre segurança, meio ambiente, saúde, prevenção às drogas, trânsito, entre outras. Um dos desafios é a oferta de vagas, sendo que a demanda não atendida hoje ultrapassa duas mil crianças. Em minha gestão, não medirei esforços para investir em educação de qualidade para todos. Vamos otimizar os atuais recursos da Secretaria de Educação e buscaremos mais junto às esferas estadual e federal de governo.”
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