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Dia das Mães: ‘O filho é a sua vida que continua’

12 de Maio de 2019 às 00:01

‘O filho é a sua vida que continua’ Maximira Martinez, da Vila dos Velhinhos: a chave é o diálogo. Crédito da foto: Emidio Marques

Muitos anos depois das trocas de fralda, reuniões de colégio e festas de formatura, mulheres olham para as décadas passadas sobre os desafios e prazeres da maternidade. Benedita Sandei Pizol, 75 anos, que atualmente reside no Lar São Vicente de Paulo, e Maximina Rivera Martinez, 89 anos, moradora da Vila dos Velhinhos, relatam experiências diferentes, mas com uma ternura comum.

A maternidade chegou para Benedita aos 17 anos e teve um total de seis filhos -- todos homens. “Toda a vez que ficava grávida, pensava que era menina. Olhavam para a barriga, e por ser redonda, falavam que era menina. Aí quando ia ter o médico falava: ‘é outro homem’”, recorda. Ela conta que, além dos esforços para cuidar das crianças, ainda trabalhava em fábricas de tecelagem, como a antiga Santa Rosália, e posteriormente como cuidadora em uma creche. “Cuidar dos filhos não é fácil, mas amamos os filhos de todo jeito”, diz.

Para ela, a satisfação da maternidade está em ver os filhos criados e com suas famílias -- tem 16 netos e 4 bisnetos. “Graças a Deus todos os meus filhos são bons”, afirma. Desempenha com prazer ainda o papel de avó, especialmente do pequeno Rafael, de 8 anos. “Ele é a minha paixão”, diz. A senhora conta que os filhos a visitam com frequência e que passa alguns períodos com eles. A próxima visita é para o Dia das Mães, mas diz que não se importa com presentes. “O que eles derem para mim está bom. Até um botão de rosa já fico contente. Não é o valor das coisas”, afirma. Para as novas mães, tem um conselho: “que elas cuidem bem dos filhos, sem violência, com amor”.

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Para Maximina, a chave é o diálogo com os filhos, especialmente nos dias de hoje. A senhora criou os dois filhos enquanto trabalhava em uma pensão para imigrantes e administrando sozinha um mercado da família, enquanto o marido trabalhava fora. Espanhola, veio para o Brasil aos 21 anos e aqui foi mãe. O primeiro parto ocorreu em um cômodo que alugavam em São Paulo, apenas com o auxílio de uma vizinha. Ela descreve a experiência como natural e garante que não teve medo, pois cresceu acostumada a ajudar os animais de criação a parir. “Eu era uma caipira da roça”, lembra.

‘O filho é a sua vida que continua’ Benedita Pizol, do Lar São Vicente: satisfação em ver todos criados. Crédito da foto: Emidio Marques

A mesma disposição com que administrava seus negócios e criou os filhos parece não ter desacelerado e demonstra uma invejável energia e lucidez. Após a viuvez, há 25 anos, conta que cansou de morar sozinha e por isso optou pela Vila dos Velhinhos. Com os filhos -- um homem e uma mulher-- os três netos e uma bisneta, relata uma ótima relação. O Dia das Mães pretende passar em um chácara com a família. Para Maximina, a maternidade vale a pena e inclusive faz questão de aconselhá-la. “O seu filho é a sua vida que continua”, diz.

Atividades de Dia das Mães

A Vila dos Velhinhos realizou, ao longo dessa semana, uma série de atividades alusivas à data, como cafés especiais e apresentações artísticas. No domingo (12), um almoço especial será realizado. Quem quiser contribuir com a entidade, ou obter mais informações sobre o trabalho realizado no local, pode entrar em contato pelo número (15) 3217-2155.

Os atendidos pelo Lar São Vicente de Paulo participaram de atividades como cafés especiais e no domingo também comemorarão a data com um almoço. Mais informações sobre a entidade, visitas e como ajudar pelo telefone(15) 3313-9100. (Priscila Fernandes)

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