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Defesa Civil de Salto alerta para aumento do nível do rio Tietê

11 de Março de 2019 às 23:01

Defesa Civil de Salto alerta para aumento do nível do rio Tietê Volume de água aumentou ontem à tarde após abertura das comportas. Crédito da foto: Fábio Rogério

A Defesa Civil de Salto, município da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), comunicou ontem que as comportas da Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (EMAE) foram abertas com vazão de aproximadamente 620 metros cúbicos por segundo. O alerta era de que o nível do rio Tietê podia aumentar -- o que ocorreu a partir da tarde -- e se faz necessário, devido à previsão de chuvas.

O leito do rio Tietê subiu 2,5 metros na tarde de ontem e voltou a acumular espuma branca e suja junto à ponte que liga a rua 24 de Outubro, no bairro Três Marias, à ilha que abriga o estádio “Luiz Milanez”. A elevação das águas ocorreu como efeito da abertura das comportas da EMAE por conta do aumento do volume de água do rio Tietê na capital, provocado pelo temporal que atingiu a Grande São Paulo desde a noite de domingo (leia mais na pág.. A8).

No fim da tarde, o coordenador da Defesa Civil, Orlando Neri, projetou a previsão de que a partir das 20 horas de ontem ocorreria o alagamento no trecho da margem do rio localizado no fim da rua 24 de outubro. Como precaução, o acesso à Ilha dos Amores, um dos locais mais visitados pelo público no Complexo da Cachoeira, foi interditado. Quem visitou a Ilha dos Amores ontem à tarde pôde ter a dimensão do volume de água do rio Tietê no local.

As equipes da Defesa Civil começaram também a comunicar moradores de áreas de atenção sobre possíveis alagamentos. Quem ainda não recebe os avisos, pode cadastrar-se enviando um SMS para o número 40199, contendo o CEP da residência na mensagem do texto. Em caso de ocorrências, os munícipes devem entrar em contato com a Defesa Civil através do 199 ou 153 (GCM).

Possível cheia preocupa moradores da região

A elevação do leito rio Tietê e a projeção de alagamento de suas margens, em Salto, atraiu a atenção de muita gente, por curiosidade, mas também por preocupação. O marceneiro José Manuel Neto, de 55 anos, recebeu à tarde mensagens de amigos e parentes de outras cidades preocupados com sua situação. Ele mora na avenida Castro Alves, localizada às margens do rio Tietê. Numa enchente no mês passado, a água do rio invadiu a sua marcenaria e a casa onde mora, ao lado do salão de trabalho. Uma barreira de tijolo, de 40 centímetros de altura, tenta evitar nova invasão das águas na casa.

Defesa Civil de Salto alerta para aumento do nível do rio Tietê José Manuel: prejuízo. Crédito da foto: Fábio Rogério

E ontem a preocupação voltou em virtude da subida do leito do rio Tietê novamente. José Manuel ficou atento, preparado para elevar equipamentos de trabalho a qualquer momento com medo de sofrer novos prejuízos. Na enchente do mês passado, ele perdeu três motores, um guarda-roupa e um criado-mudo. “Vou levar as coisas (para pontos altos da casa) daqui a pouco, nem a moto vou deixar na garagem”, disse o marceneiro.

“Moro em lugar bem alto, estou aqui por curiosidade, mas preocupado com o povo”, disse o aposentado Pedro Bernardes Garcia, de 61 anos, referindo-se aos moradores da avenida Castro Alves. “Se essa água fosse limpa”, lamentou o mecânico Vagner da Silva, de 34 anos. “Antigamente o rio era limpo”, recordou Mariana Pedrossoli, de 29 anos, esposa de Vagner.

Espuma branca

Por volta das 18h de ontem, o nível do leito do rio atingiu a altura da ponte que liga a rua 24 de outubro à ilha e começou a acumular espuma branca e suja junto ao pavimento. A espuma é reflexo de poluição oriunda desde a capital. O frezador Gilberto Kormann, de 54 anos, tem recordações de cenários de espuma no rio. Ele habitualmente passeia de barco nas águas. Reconhece que o visual atrai a atenção, mas também admite que o “espetáculo” é triste por ter origem em poluição. (Carlos Araújo)

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