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Crianças que fugiram de abrigo em Boituva serão ouvidas a partir de segunda

14 de Fevereiro de 2019 às 11:04

O incêndio ocorreu na cozinha de uma chácara no bairro Jardim das Palmeiras. Crédito da foto: Divulgação

*Atualização às 13h20: Menina de 12 anos morre após ter 90% do corpo queimado em Boituva

As três crianças com idade entre 11 e 13 anos que inalaram fumaça em um incêndio após fugirem de um abrigo municipal em Boituva serão ouvidas a partir de segunda-feira (18), segundo a Polícia Civil. Os depoimentos ficarão a cargo do Conselho Tutelar e psicólogos da entidade que as assistem. Segundo o delegado Emerson Jesus Martins, as informações colhidas serão repassadas para a polícia por meio de relatório. Para hoje não estão previstas novos depoimentos na delegacia sobre o caso.

A quarta menina envolvida no acidente, de 12 anos, que teve cerca de 90% do corpo queimado, está internada no Hospital Regional de Sorocaba. A Secretaria Estadual de Saúde não divulgou informações sobre seu quadro clínico. Quando ela deu entrada no hospital, seu estado era considerado gravíssimo.

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De acordo com o delegado, no primeiro momento, a maior preocupação é saber como a menina de 12 anos se queimou gravemente. O delegado explicou que é preciso saber como foi provocado o incêndio, até porque, segundo informações passadas, ela teria tendência suicida, não descartando, porém, nenhuma alternativa.

Ele também falou que essa não seria a primeira vez que esse grupo teria deixado a entidade e retornado depois de um dia, destacando também se tratar de jovens com experiência de vida muito sofrida. O delegado frisou ainda que se houve falha administrativa por parte do abrigo municipal no tocante aos cuidados das crianças, isso deverá ficar a cargo da prefeitura.

Sindicância

A Prefeitura de Boituva informou que a Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania abrirá uma sindicância para saber de que forma as crianças fugiram, o que teria ocorrido por volta das 23h de segunda-feira, e o motivo da demora em ser informada dos fatos, o que só ocorreu em torno das 16h de terça-feira.

A prioridade, segundo a Polícia Civil, é esclarecer como foi iniciado o incêndio. Crédito da foto: Divulgação

De acordo com as informações passadas pelo Departamento de Comunicação da Prefeitura, a entidade Casa Abrigo poderá sofrer algum tipo de sanção caso se comprove negligência. Da mesma forma, se for comprovado falha de algum funcionário, ele será responsabilizado.

Para evitar novas fugas da entidade, que atualmente atende a 11 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, na tarde desta quarta-feira (13), representantes da pasta, da entidade e demais secretários reuniram-se para definir quais medidas serão tomadas. O resultado do encontro, porém, não foi divulgado.

O incêndio

O incêndio ocorreu na tarde de terça-feira, em uma chácara no bairro Jardim das Palmeiras. O grupo teria invadido o local, que estava desocupado, após fugir do abrigo na madrugada anterior. Segundo a Guarda Civil Municipal (GCM), que inicialmente atendeu à ocorrência, as primeiras informações indicam que o grupo colocou fogo em um recipiente com gasolina. Uma das meninas teria tentado apagar o incêndio com uma vassoura, momento em que o fogo teria se alastrado e a atingido.

Inicialmente, todos eles foram socorridos em posto de saúde local e somente a menina com queimaduras foi transferida para Sorocaba em estado gravíssimo. A parte mais afetada da chácara foi a cozinha. (Da Redação, com informações de Adriane Mendes)

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