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Crespo presta depoimento como testemunha em processo relacionado a ex-servidor

18 de Junho de 2019 às 21:42

Crespo deixou o Fórum acompanhado de seu advogado. Crédito da foto: Erick Pinheiro (18/6/2019)

O prefeito José Crespo (DEM) prestou depoimento como testemunha, na manhã de ontem, no processo referente a uma possível atuação irregular de um servidor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba. A oitiva ocorreu no Fórum e foi acompanhada pela vice-prefeita Jaqueline Coutinho (PTB), pelo diretor da autarquia Ronald Pereira da Silva e pelo ex-servidor Fábio Antunes. A audiência foi conduzida pelo juiz Jayme Walmer de Freitas da 1º Vara Criminal de Sorocaba.

A denúncia feita pelo Ministério Público (MP), por meio do promotor criminal José Júlio Lozano Júnior, contra a vice-prefeita, envolve a prestação de serviços do ex-funcionário comissionado do Saae para ela em horário de expediente no Saae, como buscar seu filho na escola. Na mesma condição de réus dentro do processo estão incluídos o ex-funcionário e o diretor do Saae. O caso também é investigado por uma Comissão Processante da Câmara de Sorocaba. Tanto Fábio quanto Jaqueline negam as acusações. Ronald também nega irregularidade na sua ação.

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Em fevereiro deste ano a Justiça acatou a denúncia do MP. Conforme a denúncia, investigações identificaram falsificação por 111 vezes em cartão de ponto manual do servidor Saae. O funcionário cumpriria metade da jornada de oito horas, mas anotava o período integral. As irregularidades teriam ocorrido durante seis meses, de janeiro a junho de 2017.

Durante a audiência, Crespo foi questionado sobre a nomeação do servidor. Também comentou sobre como tomou conhecimento de possíveis irregularidades em sua atuação e o posicionamento adotado ao ser informado disso. De acordo com o promotor, em linhas gerais, o depoimento do prefeito foi semelhante ao já prestado ao MP anteriormente. “Vamos aguardar os próximos depoimentos, que ocorrerão na próxima terça-feira, 25 de junho, e vamos fazer uma análise de todos os depoimentos em conjunto também com a prova documental que existe no processo, para que nós possamos ter um panorama geral do caso”, disse.

Depoimento

Crespo afirmou que Fábio era uma pessoa de confiança de Jaqueline e que foi nomeado para um cargo comissionado na Prefeitura a seu pedido. Porém, com a reforma administrativa imposta pela Câmara, foram extintos os cargos que permitiam a contratação de pessoas sem ensino superior. Assim, solicitou que Ronald nomeasse o ex-servidor para a autarquia. Posteriormente, teria recebido uma carta anônima contendo a denúncia de que Fábio prestava serviços particulares para Jaqueline no horário de trabalho. Ele afirma que confrontou a vice, mas que ela negou os fatos. Depois, teria viajado para a Europa e no retorno teve uma discussão com Jaqueline por outro motivo. A fala do prefeito é em alusão à briga amplamente divulgada em que a vice teria questionado o prefeito sobre a ex-assessora Tatiane Polis e a suspeita de que ela utilizava um diploma falso para ocupar cargo na Prefeitura.

 

Crespo disse ter solicitado a exoneração do funcionário. No depoimento, afirmou que Ronald não sabia da irregularidade. O promotor confrontou, no entanto, que na fala inicial ao MP, Crespo apontou que Ronald demonstrou conhecimento da situação e constrangimento devido ao fato de Fábio ser uma indicação de Jaqueline. O prefeito reafirmou o aparente desconhecimento de Ronald e apontou que um gestor em seu nível hierárquico não costuma acompanhar os horários de todos os funcionários.

Ronald Pereira da Silva, diretor do Saae, e Jaqueline Coutinho, vice-prefeita de Sorocaba, chegam ao Fórum Cível. Crédito da foto: Erick Pinheiro (18/6/2019)

A promotoria ressaltou que a exoneração do funcionário foi feita duas vezes, com aproximadamente uma semana de diferença. Isso teria ocorrido pois Jaqueline teria solicitado a Ronald, após a primeira exoneração, que não dispensasse o funcionário pois iria reverter a situação. Diante da não solução do problema, Ronald teria feita a exoneração em definitivo. Crespo disse que desconhecia esse fato.

O advogado de Jaqueline questionou se Crespo confirmava seu depoimento ao MP. O prefeito pediu que fosse específico sobre a qual trecho se referia. “Me nego a responder a sua pergunta capciosa e maldosa”, afirmou. (Da Redação)