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Coronel Antonio Valdir deixa o CPI-7 com redução de crimes

16 de Janeiro de 2019 às 13:00

Valdir comemora números de sua gestão na PM entre 2016 e 2018. Foto: Emídio Marques / Arquivo JCS

Nos últimos três anos, os principais indicadores criminais registraram diminuição na área do Comando de Policiamento de Área do Interior (CPI-7), que abrange 78 municípios. Em 2018 a taxa de homicídios na região foi de 5,25 homicídios por 100 mil habitantes, menor do que os registros de sete homicídios por 100 mil habitantes computados na Capital e também no Estado de São Paulo. Para comparação, em 2016 a área do CPI-7 registrou 6,45 homicídios por 100 mil habitantes, e em 2017, sete homicídios para igual parâmetro de avaliação.

O balanço foi feito na segunda-feira (14) pelo coronel Antonio Valdir Gonçalves Filho, comandante do CPI-7 que passou para a reserva, no último sábado, em entrevista ao Editor-Chefe do Cruzeiro do Sul. O coronel deixa em seu lugar a subcomandante Georgia Públio até a nomeação do novo titular pelo governador João Doria (PSDB). O coronel comandou o CPI-7 nos anos de 2016, 2017 e 2018, até o último sábado. A partir de anteontem passou a comandar a Secretaria da Segurança e Defesa Civil da Prefeitura de Sorocaba.

Na análise de Antonio Valdir, o homicídio é o indicador mais importante utilizado no mundo inteiro para avaliar se uma região está ou não com alta criminalidade. Segundo ele, o registro de 5,25 homicídios por 100 mil habitantes na área do CPI-7 também é mais baixa do os índices de muitos Estados do Nordeste brasileiro, por exemplo, entre os quais há exemplos de 40 homicídios por 100 mil habitantes. O coronel avalia o índice da região de Sorocaba como “uma taxa de muita tranquilidade”.

Porcentualmente, ele continua, nos últimos três anos de sua gestão o homicídio teve queda de 25%, o roubo em geral caiu 30%, o roubo de veículo teve redução de 22%. Vistos em conjunto, o roubo e furto de veículos tiveram diminuição de 6%. Entre os 10 comandos de CPI-7 no Estado, a unidade de Sorocaba, que é a maior em base territorial, foi a que registrou a maior diminuição do indicador de roubo e furto de veículos.

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Ele também informou que o furto teve redução de 8% e o latrocínio diminuiu 31%. Roubo a banco registrou diminuição de 55%: em 2016 ocorreram nove roubos a banco na área do CPI-7, e em 2018 esse número caiu para quatro registros. O coronel lembra que quando assumiu o cargo do CPI-7, recebeu da Secretaria da Segurança Pública a “missão” de encontrar solução para a incidência de que a região respondia por um terço dos estouros de caixas eletrônicos no Estado. Antonio Valdir tomou a tarefa como um desafio e durante a sua gestão no comando do policiamento fez inúmeras ações de inteligência em operações com o Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. E vieram os resultados: em 2015 foram 111 casos de estouros de caixas eletrônicos na região do CPI-7, e em 2018 foram 36 ocorrências desse tipo -- uma redução de 67%.

“Nós detectávamos quem eram as pessoas que participavam (dos crimes) através de imagens e inúmeras situações, e nós prendemos essas pessoas e fomos diminuindo as quadrilhas organizadas de caixas eletrônicos”, avaliou o coronel. “Missão cumprida em todos os setores.”

34 anos de serviços à PM

O coronel PM Antonio Valdir passou para a reserva no último sábado após 34 anos de serviços prestados à Polícia Militar, sendo que nos três últimos anos como comandante do CPI-7. O CPI-7 é o maior comando de policiamento do interior, sendo responsável por 78 municípios -- desde Araçariguama, eixo Castelo/Raposo, passando por Botucatu, São Manoel, Avaré e Itapeva, na divisa com o Paraná. Nesse trabalho, o coronel tinha sob seu comando cerca de 3.500 PM.

Seu pai, Antonio Valdir Gonçalves, era de Cerquilho, ingressou na PM e, sendo promovido a tenente, foi designado para trabalhar em Sorocaba. Anos depois, o pai também comandou o CPI-7. Nessa época da infância de Antonio Valdir, o filho, a família morou ao lado do quartel que abriga o 7º Batalhão e o CPI-7. A convivência diária com policiais influenciou a vocação profissional do filho, Antonio Valdir. Ainda na infância, com 8 ou 9 anos, fez o primeiro curso de bombeiro mirim do Brasil. “E a paixão veio vindo, paixão pela polícia em geral”, disse.

Antonio Valdir Gonçalves Filho entrou na Academia da Polícia Militar do Barro Branco, onde se formou oficial e veio trabalhar em Sorocaba no CPI-7. Depois, foi para o policiamento na zona oeste da Capital. Nessa altura, como tenente, prestou concurso interno e foi para o Corpo de Bombeiros. Nessa corporação, atuou um ano ainda na Capital e depois veio para o Bombeiros de Sorocaba, onde trabalhou por 22 anos. “Sempre fui de atendimento de ocorrências, corre no meu sangue essa questão de ajudar as pessoas”. afirmou.

Vieram outras promoções na carreira. Como major e subcomandante do Corpo de Bombeiros de Sorocaba, voltou a trabalhar na corporação em São Paulo. Foi quando, em 2012, teve a oportunidade de ir à Alemanha para assimilar o trabalho que aquele país desenvolveu em Copa do Mundo de Futebol e o foco era a Copa do Mundo do Brasil em 2014.

Por sua experiência, foi designado para comandar o primeiro batalhão na área de policiamento na Copa do Mundo de 2014. Nessa missão, foi o responsável pelo policiamento preventivo na área da Arena do Corinthians, o Itaquerão. Ali cuidou de todo o patrulhamento preventivo. Logo depois foi promovido a coronel. Foi comandar o policiamento da zona norte da Capital. Depois, voltou ainda ao Corpo de Bombeiros. E em 2016 foi nomeado para o comando do CPI-7 em Sorocaba. Foi a realização de um “sonho pessoal”, disse: “Porque praticamente eu nasci dentro do quartel de Sorocaba e por aqui encerrei a minha carreira após três anos maravilhosos, onde fizemos uma boa gestão, com inúmeras aquisições de viaturas, resultados positivos para os policiais.” (Da Redação)

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