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Comissão Processante ouve vice-prefeita sobre caso do "marido de aluguel"

27 de Junho de 2019 às 19:18

Durante a oitiva, Jaqueline negou qualquer irregularidade no caso. Crédito da Foto: Erick Pinheiro (27/6/2019)

A vice-prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho (PTB), prestou depoimento nesta quinta-feira (27) à Comissão Processante da Câmara de Sorocaba. Ela é investigada no caso conhecido como marido de aluguel, situação que teria ocorrido em 2017 e foi denunciada pelo prefeito José Crespo (DEM).

Durante a oitiva, que durou pouco mas de uma hora, Jaqueline negou qualquer irregularidade no caso em que, supostamente, um servidor comissionado do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae) realizaria serviços pessoais a ela durante seu horário de expediente.

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Durante a oitiva, Jaqueline Coutinho justificou o porquê da escolha de Fábio Antunes Ferreira para a função, de, por exemplo, levar seu filho à escola. “Eu sempre restringi muito o acesso de pessoas a minha família”, afirmou, Conforme ela, esse comportamento foi adotado, em especial, quando ela se tornou delegada.

Jaqueline Coutinho voltou a afirmar que os trabalhos eram feitos pelo então servidor durante o horário de almoço dele, sem prejuízo as suas atribuições. “Nunca prestou serviço a mim, à tarde”, alegou. Ela disse desconhecer os detalhes da jornada de trabalho do então servidor comissionado do Saae.

“Eu não sabia da jornada do Fábio. Eu nunca perguntei. Eu imaginava que eram duas horas [de almoço]”, disse. Ela também negou saber sobre o fato de que Fábio Antunes Ferreira tinha oum controle diferenciado da maioria dos servidores, chamado cartão verde, com anotação manual do ponto.

A vice-prefeita voltou a falar sobre possível problemas no controle de entrada e saída do condomínio onde mora. A situação ocorreu por mais de uma vez. “Vi que os relatórios não eram compatíveis com a minha dinâmica de deslocamento”, alegou em uma das ocasiões, falou com referência a documentos, segundo ela, emitidos pelo condomínio.

Não sabia

Jaqueline Coutinho também disse durante o depoimento que nunca foi informada de qualquer irregularidade sobre possíveis descumprimento do então servidor indicado por ela com relação a sua jornada de trabalho. Ela ressaltou, inclusive, que se soubesse, tomaria as providências cabíveis.

Durante um ponto em que ela respondia questionamentos do vereador Luís Santos (Pros), que preside a Comissão, em tese, Jaqueline jogou a responsabilidade sobre eventuais problemas para o ex-servidor. “Ele não retornava [após o almoço]”, afirmou Luis Santos. ‘”Isso é um problema dele”, rebateu a vice.

A vice-prefeita, questionada, comentou que se sente perseguida com a denúncia feita por Crespo após ela denunciar supostas irregularidades no diploma da então servidora comissionada Tatiane Polis, também em 2017. Ela ainda disse que durante a carreira nunca respondeu por nada na esfera administrativa, criminal ou civil, situação que ocorre atualmente. “Me causa um prejuízo pessoal muito grande”, lembrou.

O advogado da vice-prefeita, Haroldo Fazano, disse à imprensa que não existe crime ou falta de decoro. “E se não existe o fato, logo a consequência é a rejeição da peça inicial”, afirmou. “Tudo que a vice-prefeita disse hoje corrobora com as teses de defesa”, acrescentou.

Conforme o presidente da Comissão, a partir de agora a defesa tem cinco dias para apresentar as alegações finais. Enquanto isso, o relatório final já será iniciado. Com esse relatório pronto, ocorre a análise do plenário, ainda sem data prevista. (Marcel Scinocca)