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Comércio de Sorocaba reclama de prejuízos com obras do BRT na Itavuvu

13 de Julho de 2019 às 07:21

Comércio reclama de prejuízos com obras do BRT na Itavuvu Comerciantes da avenida Itavuvu participaram da audiência e reclamaram da queda nas vendas. Crédito da foto: Fábio Rogério

Os impactos das obras do BRT (Bus Rapid Transit) na avenida Itavuvu, na zona norte de Sorocaba, vão além das questões do trânsito e têm causado prejuízos ao comércio desde que os serviços começaram, no fim de abril deste ano. O assunto foi tema de audiência pública quinta-feira (11) na Câmara de Sorocaba com a participação de comerciantes e empresários, de representantes da Prefeitura e da concessionária BRT Sorocaba, empresa responsável pela implantação e operação do empreendimento.

Os comerciantes Valdemir Nogueira, de 52 anos, e Eduardo Gabriel de Souza, de 36 anos, e Danilo de Souza, de 28 anos, descreveram um quadro de preocupações a partir dos seus próprios negócios e dos comércios de outros empreendedores da avenida Itavuvu. “Para nós o fluxo de veículos é essencial, se não tiver fluxo não tem vendas”, reclamou Nogueira.

Como exemplo, Nogueira informou que um posto de combustível da Itavuvu dispensou dois frentistas, o que representou a diminuição pela metade dos frentistas em cada turno de trabalho. Ele tem loja de peças e acessórios para motos. Mesmo com maior mobilidade na comparação com os carros, disse que os motociclistas precisam dar voltas para chegar até sua loja.

Comércio reclama de prejuízos com obras do BRT na Itavuvu Obras na Itavuvu prejudicam fluxo de veículos e de pedestres. Crédito da foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS (28/5/2019)

Eduardo e Danilo, que são sócios e irmãos em duas sorveterias, dizem que nesta época do ano as vendas habitualmente caem por causa do clima. Mas calculam que amargam 40% de queda nas vendas desde maio devido ao impacto das obras do BRT. Essa situação vai levar a corte de funcionários, avalia Eduardo. “Além disso tudo, não estão acelerando a obra”, queixa-se Nogueira.

Eduardo disse que o público a pé tem dificuldade para acessar os estabelecimentos comerciais e Nogueira calculou que esse obstáculo responde ao menos por 10% de queda nas vendas do comércio. “Tem que terminar o mais rápido possível”, diz Nogueira em relação ao cronograma de obras.

Início de 2020

O presidente da concessionária BRT Sorocaba, José Henrique Avila, informou que as obras estão previstas para terminar no início de 2020 na avenida Itavuvu. “A realidade posterior à obra implementada e os corredores funcionando, além de valorizar os imóveis locais, também trarão novas oportunidades de negócio e um movimento maior para a avenida”, disse Avila. “Será uma avenida totalmente nova, requalificada, bonita, com transporte moderno.”

Avila analisa que durante a fase de obras, o fluxo dos trabalhadores contratados para os serviços traz movimento comercial para a Itavuvu. Isso inclui, acrescentou, posto de gasolina que fornece combustível para as máquinas, refeições para os funcionários da obra, e eles consumem na redondeza: “É um público diferente que está momentaneamente no local e que traz algum tipo de benefício.”

Comércio reclama de prejuízos com obras do BRT na Itavuvu José Avila, presidente da BRT. Crédito da foto: Fábio Rogério

“A gente sabe do transtorno, não é fácil fazer uma reforma na sua cozinha você morando na casa”, comparou Avila. “A gente pede desculpas, mas a gente acredita que o benefício será muito maior do que o problema que está acontecendo no momento.” Também assegurou que as obras correm dentro da normalidade. Quanto aos pedestres, afirmou que fica difícil deixar que eles atravessem de um lado para outro nos trechos isolados dentro da obra: “A nossa prioridade é a segurança das pessoas que transitam pela avenida.”

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Além de Avila e do vereador proponente da audiência, Renan Santos (PCdoB), compuseram a mesa principal dos trabalhos o presidente da Urbes e secretário de Mobilidade e Acessibilidade, Luiz Alberto Fioravante; e a secretária municipal de Planejamento e Projetos, Mirian Zacareli. Havia representantes da Associação Comercial de Sorocaba (Acso) e de sociedades de amigos do bairro. (Carlos Araújo)

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