Buscar no Cruzeiro

Buscar

Comércio da região central de Sorocaba deve abrir no dia da mobilização

13 de Junho de 2019 às 15:08

Cruzamento do Bulevar Braguinha com a Barão do Rio Branco, no Centro de Sorocaba. Crédito da foto: Emídio Marques (11/5/2019)

O comércio central de Sorocaba deve abrir as portas normalmente nesta sexta-feira (14), mesmo diante da mobilização prevista para acontecer no município e em várias cidades do País. Foi o que apurou o Cruzeiro do Sul com vários lojistas e colaboradores na manhã desta quinta-feira (13). O Mercado Municipal também terá funcionamento garantido.

A reportagem visitou sete estabelecimentos, entre eles duas farmácias, e todas as pessoas ouvidas garantiram que vão abrir as portas. Disseram apenas que devem fechá-las se houver passeata realizada próximo aos comércios. “Aqui vai abrir normalmente, só uma funcionária vem de ônibus, aí a gente dá um jeito”, diz a gerente de uma loja de roupas Valquiria Marinho. “A maioria aqui vem de carro ou moto, então vai dar para abrir”, afirma a operadora de caixa Jessica Cristina Bueno da Silva, que trabalha em outro estabelecimento.

O dono de um comércio que vende lanches, que preferiu se identificar apenas como Bruno, alega não ver motivos para não funcionar. “Acho legítimo protestar, mas se começar ‘quebradeira’, aí vou ter que fechar as portas pela integridade dos funcionários”, declara ele, que deve buscar alguns trabalhadores para garantir a presença deles. Marcos Lima, coordenador de uma loja que vende joias, cita que “vão dar um jeito” no caso dos colaboradores que não têm condução para chegar. “Acho que só um ou dois não têm veículo próprio”, conta.

[irp posts="130061" ]

 

O gerente de uma loja de calçados Alexandre Lucas Martins diz que “99% dos funcionários não dependem de transporte público”, o que não causará problemas à abertura. “Dos 20 funcionários, dois dependem de ônibus. E os que não tiverem como vir vai ser conversado depois para decidir o que fazer”, comenta Fabiana Fernanda Silva Vieira, balconista de uma farmácia. Em outra farmácia próxima, o gerente Mauricio Madureira da Cruz Filho garante que “será dado um jeito de dar carona para quem precisar”.

Favor e contra

Apesar do que foi dito pelas pessoas ouvidas, o Sindicato dos Comerciários de Sorocaba (Sincomerciários) é a favor do ato. Em documento, a entidade informa ter percorrido a região do Centro durante a semana “orientando os comerciários sobre a greve e a importância do trabalhador apoiar essa luta”. Por outro lado, a Associação Comercial de Sorocaba (Acso) é desfavorável à paralisação. “A orientação é para que o empreendedor e seus colaboradores se ajustem dentro do que preconiza a lei de modo que mantenham o funcionamento, não fazendo da população uma refém para alcançar objetivos de um setor específico”, consta em nota enviada.

Segundo o diretor do Sincomerciários, Milton Matias, “muitos pontos da Reforma da Previdência que está sendo apresentada pelo Governo Federal não são de conhecimento da população”. “Essa proposta de Reforma Previdenciária não foi debatida com a população e da forma que está sendo feita certamente gerará muitos prejuízos os trabalhadores”, critica. O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Sorocaba (Sinthorresor), por meio do presidente Cícero Lourenço Pereira, também apoia o movimento.

A Acso chama o movimento de “uma greve política, organizada por pessoas contrárias à Reforma da Previdência"

Já a nota da Acso, ratificada pelo presidente Sérgio Reze, informa compreender o direito de manifestação, respeitando-o, mas chama o movimento de “uma greve política, organizada por pessoas contrárias à Reforma da Previdência, que querem deixar as coisas como estão e não visualizam as melhorias que algumas mudanças podem trazer”. “O comércio de Sorocaba, em média, possui o faturamento diário de mais de R$ 65 milhões. A Acso sugere que os comerciantes trabalhem dentro da normalidade possível nesta sexta-feira”, consta no informativo. (Da Redação)