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Comerciante Zé Franco morre aos 95 anos

15 de Julho de 2018 às 09:58

O comerciante José Franco de Camargo, o famoso Zé Franco do Mercado Municipal, faleceu neste sábado (14), aos 95 anos, por volta das 22h, na Santa Casa de Sorocaba. Segundo sua filha Catarina Nanci Franco Camargo, ele estava internado há uma semana. Seu corpo está sendo velado na Ossel Central (rua Mascarenhas Camelo, 235) e o sepultamento está marcado para acontecer às 14h30 no cemitério Memorial Park.

Zé Franco teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há cerca de dois meses, mas trabalhou até pouco antes, segundo Catarina. Ele era viúvo e deixa mais dois filhos: Antonio Franco Camargo e José Franco Camargo Junior.

Décadas de história

Um dos personagens mais famosos da cidade, Zé Franco nasceu numa chácara na divisa de Sorocaba, Araçoiaba da Serra e Votorantim. Sempre foi referência, no Mercado Municipal, na venda de ervas medicinais - onde se instalou em outubro de 1938, quando o local foi inaugurado. Trabalhou até poucos meses atrás. Mesmo com a idade avançada, era visto com frequência pelos corredores do mercadão.

Em março de 2013, em entrevista à repórter Daniela Jacinto, do Jornal Cruzeiro do Sul, Zé Franco lembrou que essa sua história como comerciante na cidade nasceu quando  ele tinha 15 anos. “Naquele tempo a Prefeitura doava os boxes, não vendia. Pra trazer movimento, mandou a gente ocupar, mas ninguém queria vir do outro mercado para cá”, contou, referindo-se ao antigo mercado da rua Maylasky. Zé Franco começou vendendo hortigranjeiros como hortaliças, ovos e pequenos animais. Passado em torno de cinco anos é que ele teve a ideia de vender ervas e tabaco. “Como vim do sítio, ajudava meu padrinho Roberto, que era curandeiro, a colher as plantas. Naquela região onde eu morava tinha muita quantidade de ervas. Meu padrinho fazia garrafadas e vendia. Não existia muita farmácia na cidade, então as pessoas recorriam a essas coisas, tive uma escola muito forte”, contou.

Para os filhos, que já estavam com Zé Franco à frente do comércio há alguns anos, fica a lição da dedicação. “Ele deixa o exemplo da força, garra, alegria, era o que o movia. Ele acreditava nas pessoas”, disse Catarina.