Cidades da Região Metropolitana de Sorocaba reduzem criminalidade
Tapiraí: nenhum caso de homicídio doloso e redução nos furtos. Crédito da foto: Fábio Rogério (18/2/2016)
Cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) tiveram índices de criminalidade zerados entre janeiro e agosto deste ano. A pandemia e a reorganização de estruturas de segurança foram apontadas por autoridades como fatores que explicam esse resultado.
Os dados são disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e reúnem números contabilizados pela Polícia Civil, Polícia Militar e Superintendência da Polícia Técnico-Científica.
Todos os 27 municípios da RMS tiveram, pelo menos, um índice de criminalidade zerado. No período, Araçoiaba da Serra, Jumirim, Porto Feliz, Tapiraí e Tietê não registraram casos de homicídios dolosos, quando há a intenção de matar.
Em relação aos roubos a bancos, todas as cidades zeraram o índice. Vinte e quatro municípios não tiveram ocorrências de latrocínio, que são os roubos seguidos de morte, até agosto. Roubos de cargas e veículos; e tentativas de homicídio foram outros crimes zerados em algumas cidades da RMS.
Boituva, como as demais cidades, não registrou roubo a bancos. Crédito da foto: Divulgação / Secom de Boituva
Enquanto alguns índices ficaram nulos, outros tiveram reduções significativas. Com exceção de Sarapuí e Boituva, os demais municípios registraram diminuições nas taxas de furtos. Na comparação com o mesmo período de 2019, as ocorrências tiveram percentuais de queda que vão de 20,3% (Votorantim) a 62,3% (Tapiraí).
Sorocaba
Em relação a Sorocaba, as reduções mais expressivas estão relacionadas aos furtos de veículos (40%), furtos em geral (34,8%), lesões corporais dolosas (32,5%) e homicídios dolosos (27,3%). A cidade zerou as taxas de homicídios dolosos por acidentes de trânsito e roubos a bancos.
A pandemia do novo coronavírus foi apontada pelas polícias Civil e Militar como um dos fatores que podem justificar os resultados observados na RMS.
Coronel Aleksander Lacerda, comandante do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7). Crédito da foto: Emídio Marques (23/10/2019)
Para o comandante do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7), coronel Aleksander Lacerda, além da menor circulação de pessoas, esse período também permitiu um redirecionamento do efetivo para ações preventivas.
“Normalmente, algumas atividades, como as escoltas policiais, por exemplo, mobilizam mais de cem agentes por dia, o que corresponde ao emprego de quase uma companhia inteira que foi redirecionada para ações operacionais, aumentando o efetivo nas ruas”, explicou.
O delegado Rodrigo Ayres, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), disse que “não há como negar que a questão da pandemia tenha contribuído com esse momento”. Ele afirmou, no entanto, que essas quedas também deixam a polícia em alerta. “Muitas vezes, a criminalidade está associada à oportunidade. Crimes como furtos a transeuntes, por exemplo, reduziram na pandemia. Temos que tentar notar para onde os criminosos vão migrar”, destacou.
Estrutura
As polícias Civil e Militar destacaram, ainda, a importância de reestruturações nas corporações e ferramentas disponibilizadas para denúncias de crimes. “Recentemente, tivemos modernizações nas delegacias de Ibiúna, Votorantim e Araçoiaba da Serra, além da Seccional de Sorocaba. Isso sem falar na criação da Deic, que deve ter repercussão em índices posteriores”, pontuou o delegado da Deic.
Delegado Rodrigo Ayres, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic). Crédito da foto: Vinícius Fonseca (19/2/2020)
Ayres citou, ainda, a implantação de um canal de denúncias por WhatsApp (99805-1751), o Disque-Denúncia (181) e as alterações nas dinâmicas dos plantões da corporação como ferramentas que ajudam na redução da criminalidade.
Já o comandante do CPI-7 destacou a cooperação com as Guardas Civis Municipais e com a Polícia Civil, e o projeto Vizinhança Solidária como importantes nesse cenário.
“O programa permite que as pessoas enviem informações para grupos de WhatsApp onde há sempre um policial participando. O ideal é que a comunidade procure os destacamentos e falem com os comandantes das unidades para a implantação”, finalizou Lacerda. (Erick Rodrigues)
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