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Casos de vandalismo a próprios públicos aumentam 26%

31 de Maio de 2020 às 00:01

Casos de vandalismo a próprios públicos aumentam 26% Na Vila Jardini, o contêiner foi totalmente destruído pelo fogo. Cada um tem custo médio de R$ 1,2 mil. Crédito da foto: Fábio Rogério (27/5/2020)

Escolas municipais, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Educação Infantil (CEI), entre outros próprios públicos continuam sendo alvo de vandalismo na cidade. Por conta do novo coronavírus, o isolamento social e quarentena podem ter facilitado ação de criminosos. Entre janeiro a maio deste ano, o número de ocorrências chegou a 174, um índice 26% superior a 2019, que à época, contabilizava 138 casos. Os dados sobre depredação do patrimônio sorocabano integram um levantamento feito pela Secretaria de Segurança Urbana (Sesu), a pedido do jornal Cruzeiro do Sul.

De acordo com o Código Penal Brasileiro, destruir ou danificar patrimônio público é crime com pena prevista de um a quatro anos de detenção, além do pagamento de multa. Conforme divulgado pela Sesu, em 2019 foram registradas 387 ocorrências de vandalismo na cidade e apenas 14 indivíduos foram detidos. Nos cinco primeiros meses deste ano, das 174 ocorrências, somente oito delas acabaram com suspeitos detidos.

Pontos recorrentes dos criminosos, as escolas continuam contabilizando os maiores índices de vandalismo. A Secretaria de Educação informou que apenas em 2020 já foram registradas 34 ocorrência de depredação a próprios de responsabilidade da pasta. O levantamento traz também uma divisão geográfica onde os casos foram registrados. A zona norte da cidade é a primeira em ocorrências, em 2019 foram 205 e 92 este ano. A zona oeste figura na segunda posição, com 86 e 42, respectivamente.

Contêineres

Casos de vandalismo a próprios públicos aumentam 26% No Parque das Águas, nem a obra de arte de Chico Niedzielski ficou de fora da ação dos vândalos. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (27/5/2020)

Além de prédios municipais, outro alvo recorrente dos vândalos são os itens da coleta seletiva. Sorocaba já contabiliza 106 contêineres de lixo incendiados este ano. Cada equipamento tem custo médio de R$ 1,2 mil para a empresa responsável pelo serviço. Se somados os valores das unidades danificadas, o valor ultrapassaria R$ 120 mil.

Um dos casos de incêndio ao equipamento da coleta de lixo foi denunciado pelo morador da Vila Jardini, Mário Cezar Rodrigues, 52, que fotografou o contêiner completamente consumido pelo fogo. Rodrigues conta que essa não é a primeira vez que o problema acontece na região onde mora. “Esse já é o quarto latão de lixo que eu vejo nesse estado. O que chamou atenção foi que esse estava com o plástico todo derretido, quando eu passei ainda tinha uma fumaça, deve ter acontecido na madrugada”, explica. Conforme relatado pelo munícipe, o incêndio teria acontecido na segunda-feira, dia 25, e na quinta-feira um novo recipiente foi reposto pela administração pública.

A Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo) tem atualmente 11 mil contêineres de mil litros e 580 unidades de 240 litros à disposição da Divisão de Limpeza Urbana (DLUR), órgão responsável pela coleta de lixo na cidade. A municipalidade informou que o tempo de reposição os itens seria de 24 horas a partir da data de solicitação.

Criminosos da quarentena

Casos de vandalismo a próprios públicos aumentam 26% No Centro da cidade, os muros da antiga estação estão tomados pela pichação. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (27/5/2020)

Sobre o aumento nos números no comparativo com o ano anterior, o delegado Acácio Aparecido Leite, titular do 8° Distrito Policial, avalia que as ocorrências podem estar diretamente ligadas ao período de quarentena e isolamento social, quando prédios públicos não recebem suas atividades de costume. “Com toda certeza esses prédios fechados geram uma sensação de segurança para esses vândalos, que acabam agindo mais durante esse período”, diz.

Como forma de combater a ação dos criminosos, o delegado recomenda que a população tenha uma participação efetiva na proteção do bem público. “A polícia não tem olhos em todos os lugares, por isso, a importância dos moradores que estão em casa nesse período de quarentena de cuidar da casa dos vizinhos e também de escolas, UBSs e outros prédio, porque afinal esse patrimônio também é nosso”, finaliza. (Wesley Gonsalves)

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