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Casa de Papel: Prefeito de Sorocaba diz que suspeitou de 'plano de mídia'

22 de Julho de 2019 às 19:36
Marcel Scinocca [email protected]

José Crespo nega irregularidades em voluntariado na Prefeitura de Sorocaba Crespo com o então secretário de Comunicação, Eloy de Oliveira. Crédito da foto: Emídio Marques / Arquivo JCS (19/12/2017)

Atualizada em 23 de julho de 2019, às 10h53

O prefeito de Sorocaba, José Crespo (DEM), comentou sobre os motivos para que o plano de mídia da Prefeitura de Sorocaba tivesse migrado da Secretaria de Comunicação e Eventos (Secom) para o seu gabinete. Isso teria ocorrido por sua determinação, quando passou a ser gerenciado pelo chefe do setor no Executivo, o servidor comissionado Carlos Mendonça. As declarações de Crespo foram dadas segunda-feira (23) à Comissão Processante que o investiga na Câmara de Sorocaba, durante oitiva em sua residência, no bairro Campolim.

Esse plano de mídia é integrante do contrato de publicidade firmado com a agência DGentil e investigado pela Operação Casa de Papel. As declarações de Crespo foram dadas nesta segunda-feira (22) à Comissão Processante investiga na Câmara de Sorocaba, durante oitiva em sua residência, no bairro Campolim.

https://youtu.be/odr5MYzqOlM

Primeiramente, o prefeito José Crespo negou que a transferência tivesse sido feita para atender à ex-assessora comissionada Tatiane Polis, e pivô do voluntariado no qual Crespo foi denunciado. “Eu transferi a gestão do plano de mídia, mas não para ela. Ela não recebeu de minha parte tarefa nenhuma, nem de coordenação de algo. O plano de mídia eu passei para o meu chefe de gabinete, Carlos Mendonça, por algumas semanas”, acrescentou o prefeito.

Crespo foi questionado, então, pelo advogado Márcio Leme, do porquê de o contrato do plano de mídia ter sido levado para o gerenciamento de Mendonça. “Comecei a achar que algumas campanhas, embora importantes, estavam demorando demais para dar lugar a outras campanhas. A sensação que tive como cidadão e também como prefeito, naturalmente, é que algumas coisas estavam erradas neste plano de mídia. Não errada no sentido financeiro, necessariamente, mas na forma como os recursos disponíveis estavam sendo aplicados”, lembra.

“No comecinho de março, depois de algumas reclamações minhas para o secretário Eloy - se referindo diretamente ao ex-secretário Eloy de Oliveira, então titular da pasta de Comunicação -, que não estava tendo fruto, ao meu ver, eu marquei uma reunião, que foi em 6 de março”, disse. De acordo com Crespo, descontente com o plano, a situação seria avaliada na presença de outros membros da Prefeitura de Sorocaba.

Publicidade

Conforme seu relato, antes da reunião, entretanto, ele localizou um tabloide com publicidade da Prefeitura de Sorocaba -- o mesmo que, um mês depois, passou a ter toda a propaganda veiculada pela Prefeitura investigada pela operação Casa de Papel. Segundo Crespo, Eloy de Oliveira não soube justificar a publicação dos anúncios. Na oitiva, o prefeito também afirma que a mesma pessoa que era dona do jornal com a publicidade suspeita também seria o mentor do seu processo de cassação.

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Lucas Del Campo, advogado de Eloy de Oliveira, afirmou que não comentará as afirmações até ter acesso integral ao depoimento. Toda a oitiva foi gravada pela Câmara de Sorocaba para que se dê a publicidade legal ao ato. Eloy de Oliveira, a pedido, pediu para ser exonerado poucos dias após ser deflagrada a operação Casa de Papel, em 8 de abril. Mais tarde, o ex-secretário chegou a fazer afirmações, inclusive no sentido de que o voluntariado de Tatiane Polis era remunerado. (Marcel Scinocca)

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