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Campanha da Fraternidade de 2021 será lançada nesta quarta-feira

16 de Fevereiro de 2021 às 15:21
Vinicius Camargo [email protected]

Em Sorocaba dom Julio fará o lançamento da Campanha de Fraternidade na Catedral, em missas da quarta-feira de cinzas. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (26/02/2020)

O lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 acontecerá nesta quarta-feira (17). Neste ano, a campanha tem como tema "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor". Já o lema é "Cristo é a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade". Em Sorocaba, segundo o arcebispo metropolitano da Arquidiocese, dom Julio Endi Akamine, o início será anunciado durante duas missas da quarta-feira de Cinzas, na Catedral Metropolitana, às 10h e às 12h. A edição de 2021, informa o arcebispo, é ecumênica porque não está restrita à participação de membros da igreja católica, mas, assim, aberta aos integrantes de todas as outras religiões cristãs.

De acordo com Dom Julio, o tema da campanha convida os fiéis a refletir sobre o seu próprio comportamento. Os participantes, detalha, devem pensar em maneiras de se tornarem mais tolerantes e disponíveis a ouvirem as outras pessoas. Isto é, buscar formas de estabelecer, cada vez mais, o diálogo com o próximo, sem julgamentos. Desta forma, considera, as desavenças desnecessárias, causadas pela falta de contato com o outro, são evitadas. Assim, a convivência em sociedade torna-se melhor e mais saudável. "(Buscamos desenvolver) uma sociedade que procura, de fato, viver mais no diálogo, pois enfrentamos situações de regressão, violência, polarização política, divisões. Por isso, nós queremos um diálogo que, de fato, faça com que as pessoas possam colaborar para uma sociedade de paz e mais justiça social", enfatiza.

O advento da pandemia de Covid-19, fala o arcebispo, reforçou a importância de se discutir a temática, neste momento. Segundo ele, a crise gerada pelo novo coronavírus evidenciou a carência de união entre as pessoas. A atual situação, completa, é delicada e exige a tomada de decisões importantes. Mesmo em meio a essas condições, há muitas disputas políticas e divergências sociais. As discordâncias, afirma, prejudicam até mesmo o enfrentamento e a erradicação do cenário pandêmico. "Está difícil chegar a consensos mínimos quanto ao enfrentamento da pandemia, e isso é um sinal muito preocupante. É uma sombra que ameaça a vida em sociedade", pontua.

A campanha é desenvolvida durante toda a Quaresma e segue até o feriado de Páscoa, celebrado no dia 4 de abril. No decorrer desse período, além das reflexões, os fiéis são convidados a seguir três práticas tradicionais e penitenciais da Quaresma: esmola, oração e jejum. Seguindo esses princípios, os membros da igreja devem ajudar as pessoas de baixa renda, rezar pelo próximo e fazer penitências alimentares. Essas ações necessárias, detalha o arcebispo, pois o tempo "é de luta contra o pecado".

O auxílio aos mais pobres é realizado por meio da captação de recursos financeiros e destinação da verba arrecada para projetos sociais. As doações são recolhidas na missa do Domingo de Ramos, a ser celebrada em 28 de março, no chamado gesto concreto, ou coleta da campanha da fraternidade. Na ocasião, os fiéis podem contribuir com qualquer valor. Em seguida, 60% da quantia arrecadada é repassada para o Fundo Arquidiocesano de Solidariedade de Sorocaba, enquanto os outros 40% vão para o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). Posteriormente, o dinheiro é designado para as obras sociais da igreja católica. As instituições a serem beneficiadas neste ano ainda não foram definidas.

 Campanha da Fraternidade

A Campanha da Fraternidade é realizada há 60 anos, desde 1961. No primeiro ano, conforme informações da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), três padres que trabalhavam na Cáritas Brasileira, um dos seus órgãos, organizaram uma campanha de caráter social. O intuito era arrecadar verba para financiar as atividades assistenciais da instituição. Eles batizaram a iniciativa de Campanha da Fraternidade. Já na Quaresma de 1962, pela primeira vez, a campanha foi realizada oficialmente, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.

No ano seguinte, mais 16 dioceses do nordeste começaram a participar. Com o passar do tempo, comunidades de todo o Brasil também ingressaram. (Vinicius Camargo)