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Câmara de Votorantim vai pedir quebra de sigilo no caso do vazamento de áudio

10 de Junho de 2019 às 22:30
Marcel Scinocca [email protected]

Câmara Municipal de Votorantim. Crédito da Foto: Erick Pinheiro (13/5/2019)

A Comissão de Ética da Câmara de Votorantim, que apura o teor e o vazamento de um áudio entre um munícipe e um parlamentar da Casa, cujo assunto era a eleição da Mesa Diretora do Legislativo da cidade, retomou os trabalhos nesta segunda-feira (10) após uma situação de quase esvaziamento. Na oitiva, foi ouvido o vereador Mauro Paulino Mendes, o Mauro do Materiais (PTB), que é um dos citados no áudio foco da investigação.

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Durante o depoimento, Mauro afirmou desconhecer qualquer tipo de pagamento realizado com o intuito de eleger a atual Mesa Diretora. O ex-vice-prefeito de Votorantim, Silvano Donizetti Mendes, também era aguardado para a oitiva, porém, não compareceu.

Os integrantes da comissão, José Cláudio Pereira, o Zelão (PT), Alfredo Pissinato (PPS), Pr. Dr. Luiz Carlos (PSL), Bruno Martins (sem partido) e Luciano Silva (sem partido), deliberaram e decidiram notificar oficialmente a operadora telefônica para quebra do sigilo da linha responsável por divulgar o áudio, e também saber quais foram os primeiros números para os quais foram encaminhados o material.

Esvaziamento

A Comissão de Ética teve que cancelar uma das oitivas pela falta de vereador. Bruno Martins (sem partido) pediu inclusive para se retirar dos trabalhos, o que não foi deferido. Outro vereador também não participa dos trabalhos desde o mês passado. Trata-se de José Antônio de Oliveira, o Gaguinho (DEM).

Em maio, Zelão (PT), presidente da Comissão, conversou com o jornal Cruzeiro do Sul e lamentou a situação. “Quando entramos em uma comissão é preciso ter responsabilidade e seriedade. E isso não vem ocorrendo”, afirma com relação às ausências dos vereadores. Segundo ele, uma das reuniões chegou a ser cancelada por falta de quórum. Dois vereadores pediram para sair da Comissão e um não compareceu por motivo médico.

Ainda conforme Zelão, quando foi aberto o processo investigatório, ficou combinado que os encontros ocorreriam todas às segundas-feiras. “O vereador que disser que não está sabendo, é mentira”, afirma. “Essa evasão deixa muita fumaça no ar. Isso está deixando a gente preocupado. A partir da segunda reunião eles começaram a fugir”, lembra o parlamentar. Segundo Zelão, eles não podem simplesmente sair. O vereador faltoso pode sofrer sanção, inclusive com advertência.

A reportagem não conseguiu localizar Gaguinho para comentar suas faltas. Em um documento protocolado na Câmara, em 21 de maio, o parlamentar afirma que caberia ação da Comissão de Ética após os envolvidos serem condenados na Justiça. Bruno Martins afirmou em um documento que estava sem representação partidária e ainda as mesmas alegações de Gaguinho.

Em uma das atas da reunião da Comissão, consta que Martins teria sido procurado pela vereadora Fabíola Alves (PSDB) na tentativa de impedir o avanço dos trabalhos da Comissão. A vereadora negou a situação, disse que não tem motivos para isso e também alegou que está tranquila com o caso. Fabíola deve depor na próxima segunda-feira (17). (Marcel Scinocca)