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Biomédico pede cuidado com fake news a respeito do coronavírus

08 de Fevereiro de 2020 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]

Biomédico pede cuidado com fake news Éric Barioni diz não haver motivo para pânico, mas alerta sobre prevenção como lavar as mãos. Crédito da foto: Emidio Marques (7/2/2020)

O biomédico e professor Éric Diego Barioni, coordenador do curso do Biomedicina da Universidade de Sorocaba (Uniso), foi o entrevistado do Jornal da Cruzeiro, da Cruzeiro FM 92,3, na manhã desta sexta-feira (7). Ele falou sobre os casos confirmados de coronavírus na China, que vive uma epidemia da doença, e os riscos de contaminação em outros países, como o Brasil.

O professor Éric disse que embora o coronavírus tenha infectado bastante pessoas na China e provocado mortes, os estudos a respeito indicam que o tipo viral tem uma taxa de letalidade em torno de 2%. Ainda segundo ele, outros subtipos do coronavírus, ou vírus-irmãos, que já provocaram epidemias semelhantes em outros países, como no Oriente Médio, apresentam taxas de letalidade muito maiores, em alguns casos de até 36%.

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Para evitar pânico e correria desnecessária, por exemplo, como já ocorreu em várias cidades, como Sorocaba, com aumento na procura causando falta de máscaras protetoras, por conta do medo da chegada do coronavírus ao Brasil, o professor alerta para as fake news. “Cuidado com fake news, o caso é excepcional e estamos diante de uma epidemia, mas são 2% de letalidade e os casos confirmados ocorrem até o momento em outros países e não aqui no Brasil”, aponta.

Éric afirma ainda que a proximidade do Carnaval no Brasil, que neste período recebe turistas do mundo inteiro, é outro motivo de preocupação com a chegada de pessoas contaminadas.

Ele afirma que o risco existe e pode ocorrer, mas também pode não ocorrer uma epidemia de coronavírus no Brasil. Conforme o professor, um estudo de um especialista em virologia da Universidade de São Paulo (USP) afirma que o fato de o País estar no período de verão, ou seja, com temperaturas mais elevadas, pode ser um fator inibidor para a propagação do coronavírus no Brasil.

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“Ele dizia que em comum os países que estão enfrentando epidemia de coronavírus, em sua maioria, hoje estão no período de inverno, como na China, por exemplo. E no Brasil hoje estamos no verão e isso pode ser um fator que dificulte o desenvolvimento de uma epidemia de coronavírus aqui porque esse vírus se dissemina e infecta as pessoas em ambientes mais frios”, destaca.

Contudo, o professor disse que é preciso o País estar alerta e preparado e que as pessoas devem se prevenir não comprando máscaras protetoras desnecessariamente, e sim adotando hábitos saudáveis no seu dia a dia.

“Temos que lavar as mãos em diversos momentos ao longo do dia evitar levá-las à boca, aos olhos e ao nariz. Quando vamos tossir ou espirrar temos que proteger o rosto com o braço e não com as mãos. Se usamos as mãos imediatamente temos que lavá-las. Outra dica é usar álcool gel diariamente e sempre lavar as mãos quando no ônibus, por exemplo, colocamos as mãos nas estruturas onde nos seguramos, já que muitas pessoas circulam nos veículos diariamente”, recomenda. (Ana Cláudia Martins)