Bicicleta é a grande aliada para manter atividade física durante a pandemia
Sorocaba tem cerca de 130 km de rede cicloviária. Crédito da foto: Vinícius Fonseca / Arquivo JCS (21/3/2020)
Recentemente academias de dança, musculação, estúdios de crossfit, quadras de futebol entre outras modalidades tiveram suas atividades interrompidas por conta da pandemia do novo coronavírus. Conforme divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), esportes que geram aglomeração precisam ser evitados. Diante do cenário de restrições, a população encontra nas bicicletas uma forma de manter o corpo ativo, seja por lazer ou até como alternativa aos transportes convencionais.
De acordo com a Urbes -- Trânsito e Transportes, atualmente Sorocaba conta com 130 km de rede cicloviária, sendo 96% de ciclovias e o restante de ciclofaixas, além de 90% de conectividade entre elas, uma das maiores do País. Na cidade, apenas um trecho que envolve a avenida Itavuvu segue paralisado por obras do BRT (Bus Rapid Transit). Assim como em diversos pontos do mundo, a pandemia da Covid-19 desencadeou o uso das bicicletas e criou novos adeptos das magrelas.
Amante do tênis, Estiver Herrera Hipolito, 42, teve que guardar por um tempo as raquetes durante a pandemia. O arquiteto de sistemas conta que deixou de praticar o esporte costumeiro para se proteger da Covid-19 e viu na bicicleta uma forma de continuar se exercitando, ainda que com alguns cuidados. “Eu voltei a praticar há pouco tempo, agora eu ando de bike uma vez por dia. Quando chego em casa em tiro essa roupa, faço uma higienização e estou pronto para outra. Mesmo depois quando voltar ao normal, eu pretendo continuar andando”, explica Hipolito.
Estiver pretende continuar pedalando mesmo após o fim da pandemia. Crédito da foto: Fábio Rogério (23/5/2020)
Meio de transporte
Mais do que apenas uma forma de se exercitar, a bicicleta é também uma alternativa aos meios de transporte convencionais, ao trânsito e neste momento em especial, uma forma de prevenção a Covid-19. A exemplo, no Reino Unido, o secretário de estado dos Transportes, Grant Shapps, anunciou investimentos públicos no país para incentivar o uso das bicicletas no prós-pandemia como forma de locomoção.
Por aqui, alguns usuários já aderiram a essa rotina. O açougueiro Valdivino Cardoso Gomes, 50, é morador do bairro Vitória Régia, zona norte de Sorocaba, e há 15 anos pedala diariamente 10 km para ir e voltar do trabalho. “Eu só ando de bike. Agora com esse problema sanitário, muitos dos meus amigos estão utilizando como transporte também, até porque a gente nunca sabe quando tem ônibus”, relata.
Valdivino usa a bicicleta para ir ao trabalho há 15 anos. Crédito da foto: Fábio Rogério (23/5/2020)
Gomes destaca que o novo momento trouxe mais praticantes dessa modalidade, contudo, os novatos precisam tomar alguns cuidados. “São muitos perigos. Eu ando pela calçada, mas isso também pode entortar a catraca e furar o pneu, a gente precisa tomar conta da manutenção”, ressalta.
Momento trouxe aumento de demanda para o setor
Com mais pessoas aderindo às “bikes” como forma de lazer e de transporte, cresce também a procura por serviços especializados de manutenção, consultoria e vendas do produto. Esse setor do mercado já sente uma expansão do número de clientes que estão buscando novas bicicletas e até reformando aquelas que estavam guardadas em casa.
A proprietária da Ciclonel Bike Shop, Tamires Antunes Pedroso Maia, 29, relata que já é possível notar o aumento na demanda de manutenção por conta a pandemia do novo coronavírus. “Nós percebemos que quem não pode ir para uma academia, ir para as aulas de dança acabam buscando nas bicicletas uma forma de garantir uma atividade física. Além daqueles que a partir de agora vão começar a utilizar como um veículo”, avalia.
A máscara facial é um dos itens de segurança para andar de bike. Crédito da foto: Fábio Rogério (23/5/2020)
José Luiz Bovo, 57, o Zé da Bike, é entusiasta das bicicletas e também proprietário de uma empresa de manutenção. Praticante de longa data da modalidade, ele recomenda que os novatos prestem atenção aos pequenos detalhes e que busquem por profissionais especializados sempre que for necessário. “Uma vez que o equipamento está revisado ele exigirá pouca manutenção. É legal ficar de olho nas coisas simples como a corrente se está exposta à chuva, e então arrumar o que for preciso”, diz.
A proprietária da Ciclonel Bike Shop enfatiza que além da manutenção do item, é primordial que os ciclistas garantam a própria segurança. “Existe uma resistência ao uso do capacete, que é extremamente importante. Sinalizadores de led, buzina eletrônica e roupas chamativas podem garantir a proteção no dia a dia de quem pelada pela cidade”, informa Tamires.
Assim como a manutenção das bicicletas, a Urbes reforça a necessidade de uso da máscara de proteção facial e da higienização dos equipamentos, a fim de evitar a disseminação da Covid-19. (Wesley Gonsalves)
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