Banco alega cumprir legislação federal específica que dispõe sobre sistema de segurança. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (26/5/2017)

Clientes do banco privado Santander ainda divergem sobre a retirada de portas giratórias da agência da avenida General Carneiro, na zona oeste da cidade. O local já opera sem o equipamento há alguns dias. Segundo os correntistas, provocando a sensação de liberdade e agilidade nas atividades bancárias, ao mesmo tempo em que cria a sensação de insegurança. O Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região questiona o fato alegando que a segurança do local está fragilizada. Uma lei municipal obriga a instalação dos equipamentos.

“É muito mais rápido. Olhando para o meu lado é mil vezes melhor. Com relação à segurança, é bem complicado”, pondera Mayave Regina Sousa. Ela chegou a questionar os funcionários do banco logo que houve a mudança. Willians de Sousa, que é motorista por aplicativo, diz que quanto menos tempo ficar no banco melhor. “Achei mais prático. É um empecilho a menos. Entrei e saí rápido, nem vi se há mais segurança lá dentro”, afirma. “Com relação à segurança, não dá para avaliar”, argumenta.

“Não precisa tirar um monte de coisa, é mais prático, mas facilita para o assaltante”, pondera o correntista Romeu Mamédio Barreiro. Ele também avaliou a situação como bancário aposentado. “Me sentiria inseguro, até porque quem tem má intenção entra como quer”, diz. “Achei ótimo, mas é no mínimo estranho”, comenta outra correntista que preferiu não se identificar.

Legislação

“Existe a lei e eles não podem tirar os equipamentos”, afirma Neli Figueiredo Dotto, secretária geral do Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região, sobre a adoção da medida e sobre uma lei municipal que trata do tema. Foi a entidade que tornou o caso público, após ser informada por profissionais da categoria. “Pedimos que ele -- Santander -- recoloque as portas. Está perigoso”, diz. Neli descartou, por enquanto, uma medida judicial no caso, uma vez que ao ser contatado, o banco informou que estudaria a situação e que não conhecia a legislação municipal.

A lei citada por ela, é de 1998, de autoria do vereador Engenheiro Martinez (PSDB). Ela determina que as agências bancárias e casas de câmbio de Sorocaba são obrigadas a instalar portas automáticas ou giratórias, com vidros à prova de balas, equipamentos que detectam metais e travamento automático das portas. O parlamentar afirmou que o objetivo da lei é a segurança e está questionando a Prefeitura de Sorocaba sobre a questão. “Queremos saber se a Prefeitura tem conhecimento do que nos foi denunciado e solicitamos uma fiscalização no local. A lei existe para garantir segurança e não pode ser ignorada”, disse.

Procurado para saber se a decisão se estenderá para outras agências de Sorocaba e se tinha conhecimento da lei municipal, o banco Santander apenas informou em nota que “atende às normas de segurança bancária, inclusive a legislação federal específica que dispõe sobre sistema de segurança em estabelecimentos bancários.”

A Prefeitura de Sorocaba foi questionada se tinha conhecimento da situação e se tomará alguma medida com relação ao caso. Em resposta, o Executivo afirmou que a Seção de Fiscalização de Obras da Secretaria de Planejamento e Projetos (Seplan) realiza vistorias das portas giratórias dos imóveis e que agendará a fiscalização na agência bancária Santander. “Caso esteja em desacordo, o imóvel será notificado para regularização”, diz. (Marcel Scinocca)