Buscar no Cruzeiro

Buscar

Aumenta o número de mortes no trânsito em Sorocaba

17 de Março de 2019 às 07:39

 

O número de mortes de pedestres na cidade caiu em 2018, em relação ao ano anterior, de 31 para 28. Foto: Fábio Rogério

 

O trânsito de Sorocaba está matando mais. Enquanto em 2017 foram registrados 85 acidentes com óbitos no município, no ano passado esse número saltou para 90 mortes. A cidade é a segunda do Estado que apresentou elevação nas vítimas fatais, atrás apenas de Guarulhos. Os números são do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, programa do governo do Estado de São Paulo que visa a busca por um trânsito mais seguro.

A cidade está na contramão, inclusive, da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). Se não forem considerados os óbitos de Sorocaba, a queda nas mortes na RMS ficou em 4,84% no período; já se incluídos os números do trânsito local, a diminuição não ultrapassa os 2,31%. Um dado que chama atenção nos números relativos ao município é que os acidentes, de maneira geral, tiveram uma queda nos registros entre 2017 e 2018. No ano passado foram 1.364, contra 1.725 do ano anterior. Em contrapartida, a frota da cidade cresceu 2,1% de um ano para outro. De acordo com o Detran, em 2017 existiam 473.640 veículos em Sorocaba; já em 2018 a quantidade passou para 483.563. Mais veículos e menos acidentes, mas mesmo assim os óbitos neste tipo de ocorrência tiveram um crescimento de 5,88%.

Para o especialista em trânsito Renato Campestrini é preciso analisar o nível do serviço oferecido e a qualidade das vias, fatores que podem contribuir para o aumento do número de mortes. Além, claro, de uma queda na fiscalização. “É importante destacar que no último ano a cidade retirou a fiscalização eletrônica de avanço de semáforo, algumas vias deixaram de contar com equipamentos medidores de velocidade”, pondera Campestrini.

Dentre os óbitos, a maior quantidade de casos está entre os motociclistas. Em 2017 morreram 24 condutores de moto, contra 40 mortes no ano passado -- um aumento de 66%.

A Urbes, empresa pública que administra o trânsito na cidade, diz que campanhas de conscientização são realizadas, como a “Motociclista seguro”, ação voltada a orientar condutores de motos a pilotar de forma defensiva. “Os acidentes envolvendo motociclistas estão entre as maiores preocupações, pois se destacam na totalidade de acidentes”, declarou a empresa pública, por meio de nota.

Pedestres

Entre as vítimas do trânsito também estão os pedestres. Porém, o número de óbitos entre as pessoas que não estão dentro dos veículos diminuiu nos últimos dois anos. Em 2017 foram 31 mortes de pedestres em Sorocaba; já no ano passado, foram 28. Mesmo com uma ligeira queda, a falta de educação ainda impera entre motoristas e os transeuntes, como relata a auxiliar de cozinha Vanessa das Dores Lameu, de 24 anos, que todos os dias atravessa a avenida Engenheiro Carlos Reinaldo Mendes. “Quem está nos carros não nos respeita. Eu fico muito tempo para conseguir cruzar a rua, mesmo estando na faixa”, disse Vanessa. Outra pedestre que transita pelo mesmo local todos os dias, a estudante de Direito Isabela Rocha de Freitas, 18 anos, comentou que os condutores de carros só respeitam quando o trânsito está mais lento. “Se os carros estiverem mais devagar, eles param, mas se estiver fluindo, nós temos que esperam mais”, conta Isabela.

Com o número de mortes aumentando e um trânsito mais perigoso, as campanhas de conscientização são necessárias -- mas esta não pode ser a única medida, alerta Campestrini. “O processo de redução no número de acidentes passa pela identificação de suas causas. Trabalhar ações educativas e, posteriormente, a realização da fiscalização, para penalizar aqueles que insistem em descumprir as regras e consequentemente podem vir a causar acidentes de trânsito”, finaliza. (Zeca Cardoso)