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Após duas horas, protesto termina e ônibus voltam a circular em Sorocaba

07 de Agosto de 2020 às 17:40

Ônibus ficaram parados nos terminais e nas áreas de transferência por cerca de duas horas. Crédito da foto: Fábio Rogério (07/08/2020)

Atualizada às 19h42

Quem depende de ônibus para se locomover em Sorocaba foi surpreendido na tarde desta sexta-feira (7) com um protesto dos trabalhadores do transporte urbano, que paralisou as atividades nos terminais Santo Antônio, São Paulo e nas áreas de transferência. A manifestação teve início por volta das 15h e foi encerrada às 17h.

Conforme divulgado pelo representante da classe, as empresas que operam as linhas de ônibus na cidade, Consórcio Sorocaba (Consor) e Sorocaba Transportes Urbanos (STU), não teriam realizado o pagamento da primeira parcela da diferença salarial dos motoristas. O órgão alega que o valor em questão seria refente aos meses de salário dos funcionários foi pago abaixo do piso da categoria, devido à pandemia do novo coronavírus. De acordo com o sindicato, a Consor e STU têm até a próxima segunda-feira (10) para efetuar o pagamento dos valores.

Com o fim a manifestação, os passageiros que se aglomeravam em frente às catracas puderam adentrar os terminais. Os trabalhadores estariam retomando a operação dos ônibus que estavam parados nos terminais Santo Antônio, São Paulo e nas áreas de transferência.

Questionada sobre a paralisação do serviço, a Urbes - Trânsito e Transportes afirmou que a Prefeitura de Sorocaba está em dia com seus compromissos com as operadoras, reforçando que o motivo alegado para a paralisação é uma questão trabalhista entre empresas e sindicato. “A Urbes lamenta o ato, que prejudica diretamente a população”, respondeu a empresa pública.

A entidade adiantou que, caso o prazo estipulado não seja cumprido, novos protestos serão organizados em breve.

Já a Consor e a STU afirmam ter pago integralmente os salários dos trabalhadores, faltando apenas quitar o abono salarial. Contudo, as empresas admitem dificuldades para arcar com dívidas extras geradas pela instauração de medidas preventivas contra a Covid-19. Os consórcios também alegam queda na arrecadação e aumento das despesas, em razão de pandemia. "Essas despesas foram originadas visando a redução de custos do sistema que, só no próximo ano, gerará uma economia aos cofres públicos aproximadamente R$ 7 milhões", informa em nota. Os gastos seriam relativos à compra de equipamentos e itens de prevenção ao coronavírus, como máscaras e álcool em gel.

Os consórcios dizem, ainda já estar conduzindo tratativas com o sindicato da categoria,  para pagar, o mais breve possível, os valores devidos.

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Volta para casa

Sem previsão de retorno da circulação de ônibus, a solução encontrada por alguns passageiros foi lançar mãos dos motoristas por aplicativo. A moradora de Brigadeiro Tobias, Karina Rocha, 34, estava acompanhada das três filhas, quando foi surpreendida pela paralisação. "Eu estava na casa de uma parente minha e não estava sabendo de nada. Cheguei aqui e vi que está tudo parado. Vou ter que pedir um carro, não tem jeito, porque eu estou com as crianças", afirmou a moradora da zona leste, que teve que desembolsar cerca de R$ 50 reais pela viagem.

Apesar da possibilidade de transporte via aplicativo, nem todos os passageiros puderam arcar com o custo de se locomover em um carro alugado. Desempregado há sete anos, o ajudante geral Fadrisson de Paiva, 34 anos, saiu de casa às 10h para entregar currículos. Ao chegar no terminal Santo Antônio, foi avisado da paralisação. "Eu moro no Júlio de Mesquita, muito longe para ir a pé. Hoje, eu saí sem dinheiro, vou ter que esperar retomarem os ônibus", desabafou. (Wesley Gonçalves)