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Aplicativos e internet mudam hábitos no uso celulares

06 de Julho de 2018 às 15:56

Priscila Fernandes - [email protected]

Os aplicativos de mensagens por celular têm cada vez mais substituído as ligações convencionais. Apesar do aumento do uso do celular, os dados nos âmbitos nacional e regional apontam a diminuição das linhas de telefonia móvel. Um dos fatores seria a retirada realizada por operadoras de números inativos.

Em todo o país, as linhas pré-pagas diminuíram de 213,5 milhões em maio de 2015, para 143 milhões no mesmo mês de 2018, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Já as linhas pós-pagas teriam aumentado de 70,5 milhões para 92,4 milhões. De acordo com especialistas do setor, a mudança estaria influenciada pelas empresas de telefonia que estimulam a utilização dos dados de internet nos planos pós-pago.

Segundo dados da Anatel, o número de linhas de telefonia móvel diminuiu 16,86% desde 2015 na região de uso do DDD 15 -- que abrange 49 municípios, incluindo Sorocaba. Em maio de 2018, eram 2,25 milhões de acessos, já no mesmo mês de 2015 eram 2,70 milhões. Quando o assunto é a linha fixa, a queda é ainda maior. Desde 2015, a região perdeu mais de 72 mil linhas do tipo na área do DDD 15. Em maio de 2015, eram 237 mil e no mesmo mês de 2018, 165 mil, uma queda de 30%.

Revolução dos aplicativos 

O uso dos apps se torna presente no cotidiano, muito além da esfera social e familiar, sendo utilizado para trabalho, no comércio e serviços. Embora existam vários aplicativos do gênero, como Kik, GoSMS Pro e Telegaram, o WhatsApp é indiscutivelmente o mais popular. De acordo com a empresa, são mais de 1 bilhão de usuários, em mais de 180 países. Para quem tem dificuldade com a pronúncia do app, ele ganhou o apelido de "zap zap" e ultrapassou as barreiras de idade e intimidade com as tecnologias.

João: 'Mais fácil do que ligar' - EMIDIO MARQUES

João: 'Mais fácil do que ligar' - EMIDIO MARQUES

O aposentado João de Araújo, 61 anos, conta que ainda está aprendendo a usar os recursos de seu smartphone, mas que já adquiriu o hábito de mandar mensagens pelo aplicativo. "Fui mandando mais mensagens, pois a mensagem é mais fácil do que ligar", avalia. A também aposentada Elza Rodrigues, 70 anos, se rendeu ao app para falar com as irmãs e netos, marcar consultas e exames. "Uso muito, pois sou de São Paulo e quando estou fora sai mais em conta. É mais econômico do que ficar ligando", conta. No momento em que foi abordada pela reportagem estava enviando uma mensagem para sua médica avisando que não poderia comparecer a uma consulta.

Elza '� mais econômico' - EMIDIO MARQUES

Elza 'É mais econômico' - EMIDIO MARQUES

A estudante de análises clínicas Natália de Alessandra de Oliveira, 16 anos, relata que trabalha em uma clínica onde o aplicativo de fato facilitou o contato com os pacientes. "É bem mais rápido, tem vezes em que mandam fotos do pedido médico quando não entendem". O recurso também se popularizou entre diversos serviços delivery da cidade, como pizzarias e farmácias.

Natália: '� bem mais rápido' - EMIDIO MARQUES

Natália: 'É bem mais rápido' - EMIDIO MARQUES

Alternativa aos chips

Quem antes chegava a manter diversos chips de celular para obter descontos ao falar com diferentes operadoras, por exemplo, pode optar por manter apenas um número e conversar por Whatsapp usando dados de internet. E para quem sente falta de ouvir o ente querido em tempo real -- além da troca de mensagens gravadas -- o app oferece chamadas de áudio e vídeo, utilizando dados de internet.

Moisés Elias Pedro, operador de extrusora - EMIDIO MARQUES

Moisés Elias Pedro, operador de extrusora - EMIDIO MARQUES

"Se você está com saudade da pessoa faz uma chamada de vídeo e já vê a pessoa", afirma o operador extrusora, Moisés Elias Pedro, de 32 anos, que tem parentes em Santa Catarina a Campinas com quem se comunica. "Aí mata a saudade".