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Alimentos sobem mais que inflação em Sorocaba e feijão dispara

09 de Março de 2019 às 07:44

Cesta básica sorocabana sobe 4% no ano passado, mais que a inflação pelo IPCA-15 De 34 itens, 18 tiveram alta em fevereiro - Foto: Emidio Marques (01/2019)

O preço da cesta básica sorocabana subiu pelo segundo mês consecutivo e chegou a R$ 600,41, o que representa o seu maior valor desde novembro de 2016, quando custava R$ 603,88. A pesquisa realizada pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso) apontou alta de 0,39% em janeiro e de 2,03% em fevereiro.

O coordenador da pesquisa, o economista e professor Lincoln Diogo Lima, comparou que a alta do valor da cesta (2,03%) em fevereiro foi superior à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15 (IPCA-15) que apresentou elevação de 0,34%.

Os produtos que mais subiram no mês passado em Sorocaba, conforme a pesquisa, foram o feijão carioca (47,1%), batata (39,4%) e ovos (9,6%). Dos 34 itens pesquisados, 18 tiveram alta.

O preço médio do quilo do feijão passou de R$ 5,54 em janeiro para R$ 8,15 em fevereiro. É o maior valor desde outubro de 2016, quando chegou a R$ 9,35. Nos dois primeiros meses de 2019, o feijão acumula uma alta de 87,8%. Os motivos são a redução das áreas plantadas (pelo preço menor no ano passado que desestimulou agricultores) e escassez de chuvas.

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A segunda maior alta de preço foi da batata, que passou de R$ 3,07 o quilo em janeiro para R$ 4,28 em fevereiro. Condições climáticas e também redução do plantio foram as razões. A dúzia de ovos também subiu, de R$ 4,65 em janeiro para R$ 5,10 em fevereiro.

Entre os itens que mais baixaram de preço em fevereiro estão a farinha de mandioca (-5,4%), linguiça fresca (-5,1%) e carne bovina de 1º (-4,9%). O café também teve pequena queda de 2,5%). A pesquisa completa pode ser conferida no link https://bit.ly/2H4L55y.

As variações de preços, principalmente do feijão e da batata, mudam o comportamento do consumidor. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) detectou alta de 16% do feijão carioca em janeiro e de 11% em dezembro de 2018. Por outro lado, o tomate e outros vegetais tiveram redução de preço no início do ano.

A aposentada Elídia Sebastiana Castilho, 61 anos, costuma colocar feijão na mesa todos os dias e sentiu o aumento. Ela disse que pagava menos de R$ 4 o quilo, mas ontem, em um supermercado no bairro Árvore Grande, custava quase R$ 6. “O feijão subiu demais, mas eu como todo dia. Estou comprando um pouco menos para ver se o preço vai baixar, porque está muito caro”, considera.

A bacharel em Direito, Joice Cristina Lisboa, 36, achou o preço da batata mais caro que semanas atrás. “Da última vez que comprei batata paguei R$ 3,49 o quilo e agora está em R$ 5,49. Subiu bastante, mas a batata quase não tem como ficar sem.”