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Setores crescem e contratam mesmo com pandemia

19 de Agosto de 2020 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]

Alguns setores crescem, apesar da Covid Os supermercados permaneceram abertos durante a quarentena e registraram crescimento. Crédito da foto: Divulgação

Apesar da pandemia, alguns setores da economia não sentiram tanto os efeitos da paralisação das atividades econômicas e até registraram contratações. Um dos setores, por exemplo, é o de supermercados.

Considerado serviço essencial, as lojas continuaram funcionando e tiveram até que criar novos canais de atendimento aos clientes, como lojas virtuais e aplicativo de delivery, além de contratar mais funcionários.

Segundo a Rede Bom Lugar, somente nas duas maiores unidades, foram contratados 31 funcionários, sendo que uma parte foi designada para a loja virtual.

Recebendo demanda de entregas por meio de um aplicativo de delivery, com cerca de 200 a 300 pedidos por dia, a Rede criou em maio último sua loja virtual. “Nós não poderíamos ficar de fora do chamado e-commerce, sendo mais um tipo de serviço que estamos oferecendo aos nossos clientes”, conta o diretor comercial da Rede Bom Lugar e associado, João Paulo Marchetti.

Conforme a Associação Paulista de Supermercados (Apas), as entregas a domicílio aumentaram em torno de 74% na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) durante a pandemia.

O projeto inicial conta com a participação de 11 das mais de 40 lojas da Rede, mas segundo o diretor, a perspectiva futura é que todas passem a operar pelo sistema. “A pandemia trouxe uma necessidade por esse serviço e acreditamos que ela será perpetuada após passarmos essa fase”, comenta.

Supermercados de bairro

Pesquisa da Apas do último mês de junho aponta ainda que minimercados, hortifrútis e atacados seguem contratando, e tiveram dados positivos de 194, 72 e 277 vagas respectivamente no mês, em todo o Estado.

Em Sorocaba, o casal proprietário de um supermercado de bairro, que está no setor de alimentação há dois anos, mesmo durante a pandemia, conseguiu alavancar o negócio em 35%, e não demitiu funcionários.

Luana Fogaça e Hoeliton da Silva Dias contam que compraram o minimercado e investiram em melhorias para melhorar os negócios. “Acreditamos que o setor vai melhorar ainda mais nos próximos meses e futuramente temos planos de, quem sabe, abrir mais uma unidade”, afirma ele.

Acso e Sebrae apontam mais setores em crescimento

Além de supermercados e farmácias, outros setores também apresentaram bons resultados. Para a Associação Comercial de Sorocaba (Acso), a Covid-19 trouxe novos hábitos de consumo e os negócios foram atingidos de diferentes maneiras.

Conforme a Acso, outros setores que tiveram crescimento nesse período foram comércio eletrônico, delivery, marmitas, pets, informática, exercícios em casa, serviços de casa e construção.

Segundo o presidente da Acso, Sérgio Reze, é hora de pensar “fora da caixa” e traçar estratégias para aproveitar as oportunidades que estão por vir. “Como em qualquer crise, alguns perdem e outros ganham. No entanto, é importante sempre se preparar, se especializar e planejar ações. Não sabemos quando tudo voltará ao normal, todavia, muitos desses novos hábitos irão permanecer”, ressalta.

Já o consultor de negócios do Sebrae Sorocaba, Eduardo Mantovani, também aponta ramos de negócios que cresceram durante a pandemia na cidade. “Marcenarias e empresas de decoração, empreendedores que fabricam pijamas, manutenção predial, setor pet com venda de cães de raça e acessórios, brinquedos pedagógicos, são alguns exemplos de setores que tiveram até aumento em suas demandas”, conta.

Mantovani conta que uma empreendedora que produz pijamas, por exemplo, não deu conta de atender toda a demanda pelas peças em plena pandemia. “Talvez com as pessoas mais em casa outras necessidades de consumo apareceram e os empreendedores que souberam aproveitar esse momento conseguiram conquistar inclusive novos clientes”, destaca.

Bom momento para comprar imóveis

Apesar da crise provocada pela pandemia, alguns índices do setor imobiliário começam a sinalizar uma tendência de recuperação. Segundo dados do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP), em maio, houve a comercialização de 2.405 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo, o que representa um aumento de 25,1% nas vendas em relação ao mês anterior (com 1.923 unidades vendidas).

No acumulado de 12 meses (junho de 2019 a maio de 2020), as 50.285 unidades comercializadas representaram um aumento de 52,1% em relação ao período anterior (junho de 2018 a maio 2019), quando foram negociadas 33.068 unidades.

“Agora é a hora de investir em imóvel e o “Home Staging” pode ajudar corretores, imobiliárias e proprietários a terem um retorno certo do investimento”, afirma a arquiteta Ana Sofia.

Ela utiliza com seus clientes a técnica “Home Staging” para destacar as qualidades do imóvel, de tal forma que o comprador potencial sinta vontade de se mudar para a propriedade no momento da visita. O método realça e otimiza ambientes, utilizando mobília ou, até mesmo, elementos cenográficos. Segundo Ana, um imóvel devidamente preparado vende até 70% mais rápido e valoriza de 8% a 10%, retornando o investimento feito na preparação.

Especialistas do setor imobiliário apontam que a combinação da taxa Selic mais baixa dos últimos anos (2% ao ano) com o acesso facilitado ao crédito resulta em um dos melhores momentos para se investir no setor imobiliário.

O momento oportuno animou os agentes do setor. Um exemplo é a Construtora Silva Campos, de Sorocaba, que está lançando dois novos empreendimentos neste segundo semestre. “As projeções e metas são muito otimistas. Temos uma perspectiva além do esperado até o final deste ano”, comenta o diretor comercial da construtora, Cezar Campos. (Ana Cláudia Martins)