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Aggêo completa 80 anos com destaque no ranking de exames de educação

25 de Novembro de 2018 às 06:30

Tradição e qualidade no ensino público Envolvimento da comunidade escolar garante melhor estrutura à escola. Crédito da foto: Erick Pinheiro

A Escola Estadual Prof. Aggêo Pereira do Amaral completa 80 anos em 2018 com motivos para as comemorações. A unidade se inspira em modelos pedagógicos de escola particular e alcança resultados que a transformam em referência de qualidade de ensino.

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No ranking das escolas públicas, a “Prof. Aggêo” conquistou o primeiro lugar em Sorocaba no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2016 e 2017. Também no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), a escola liderou no ano passado os resultados nas classificações do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio.

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Na avaliação do vice-diretor William Pereira, de 48 anos, os resultados são frutos do envolvimento de toda a comunidade escolar, o que inclui desde os estudantes aos professores, direção, equipes de funcionários e coordenadores pedagógicos, e também os pais.

Escola e comunidade

Tradição e qualidade no ensino público A qualidade do ensino faz com que a procura pelo ingresso na escola seja bastante concorrido. Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (6/8/2013)

Com a iniciativa da Associação de Pais e Mestres (APM), foram adquiridas máquinas de impressão que proporcionam todo o material impresso usado nas diversas atividades, desde as provas até às apostilas e outras necessidades. O projeto Lugares de Aprender levou alunos ao centro de São Paulo, onde realizaram estudos da história e da composição urbanística do centro velho da capital. Este ano viajaram ao porto de Santos para mergulharem na história da cultura do café.

Os alunos do 3º ano do ensino médio também têm a oportunidade de participar do Terceirão, um curso pré-vestibular oferecido pela escola como reforço individual em aulas de física, matemática, redação, atualidades e geografia. O aluno interessado faz a inscrição. A adesão é muito concorrida, segundo a direção da escola.

Com esse conjunto de iniciativas, William conclui: “A comunidade de alunos abraça a ideia. É uma escola pública, sim, mas eles entendem que conseguimos melhorar o ensino com a união da comunidade, dos alunos e da escola.” Como reflexos do trabalho, ele vê motivos de comemoração quando recebe comunicação de universidades públicas como a UFSCar, Unesp e também a Fatec sobre o ingresso em seus cursos de alunos que passaram pelos bancos escolares da “Prof. Aggêo”.

“As pessoas que trabalham aqui vestem a camisa, as crianças se envolvem, a inspiração é escola de qualidade”, afirma William. As 10 turmas de terceiros anos do ensino médio estão completas, sem vagas, e não há registros de evasão ou desistência. Esses pontos positivos acabam por refletir na composição do perfil dos alunos. Muitos deles são de diferentes regiões da cidade e escolheram a unidade por sua repercussão como referência de ensino.

Vozes convergentes

A escola abriga 1.650 alunos, do fundamental entre o 6º e o 9º ano e mais o ensino médio. A estrutura inclui 16 salas de aula, uma quadra, sala de leitura, sala de impressão, pátio, um auditório.

Os alunos confirmam a convergência de caminhos. “O ensino aqui é muito bom, os professores dão muita atenção aos alunos, e a escola vai me ajudar na minha vida profissional, a escola vai ser a base”, declara o estudante do 9º ano Felipe Garcia, de 14 anos, “Além de ser uma das melhores escolas estaduais, sempre somos auxiliados”, reconhece o também aluno do 9º ano Guilherme Leonel, de 15 anos: “A escola é muito necessária na minha formação.”

Aos 16 anos, Hebrain Ortega cursa o 3º ano do ensino médio e também o Terceirão em Redação. Ele diz que estudava em outra unidade, na zona norte, e se transferiu para a “Prof. Aggêo” pela qualidade no ensino. “Os professores têm mais intimidade com os alunos, as aulas são bem mais dinâmicas, o processo de aprendizagem é muito mais envolvente”, ele descreve.

A escola abriga 1.650 alunos, do fundamental entre o 6º e o 9º ano e mais o ensino médio. Crédito da foto: Erick Pinheiro

O professor João Carlos de Menezes, de 53 anos, acumula dois tempos na “Prof. Aggêo”: o de aluno do ensino médio na juventude e, agora, o de professor de Português. Um conjunto de fatores compõe a satisfação de atuar na escola: “Liberdade boa de trabalhar com estratégias e dinâmicas diferentes, apoio da direção e uma clientela (estudantes) muito boa. E eu particularmente tenho uma paixão pela escola porque fui aluno aqui. Existe um vínculo emocional muito forte.”

No dia em que a reportagem visitou a “Prof. Aggêo” para a reportagem, a diretora Regina Isabel Toledo Vieira Viana estava de férias. Sobre ela, a coordenadora pedagógica Luciana Graciano, de 45 anos, elogia: “Tudo isso é possível nessa escola porque a Regina é democrática, escuta os alunos, dá apoio, ela deixa a gente trabalhar à vontade. Então as coisas fluem, ela é demais.”

Pioneira do Além Ponte

Fundada em 8 de dezembro de 1938, a “Prof. Aggêo” começou suas atividades como pioneira no Além Ponte. A escola nasceu como “Grupo Escolar de Árvore Grande”. Um decreto de 1953 alterou o nome para Prof. Aggêo Pereira do Amaral, em homenagem a um professor natural de Tietê, em 1895. Ele ganhou reconhecimento oficial por seu trabalho na construção da rede estadual de ensino no interior paulista. (Carlos Araújo)

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