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Aeroclube e aviadores de Sorocaba celebram o Dia do Aviador

23 de Outubro de 2020 às 00:07
Marcel Scinocca [email protected]

Aeroclube e aviadores de Sorocaba celebram o Dia do Aviador Uma réplica do 14-Bis, chantada em frente ao Aeroporto de sorocaba, é uma homenagem a da cidade a Alberto Santos Dumont. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (11/9/2020)

A bordo do 14-Bis, o brasileiro Alberto Santos Dumont, que passou para a história como o pai da aviação, fez o primeiro voo em um aparelho mais pesado que o ar em 23 de outubro de 1906, em Paris. É por esse motivo que nesta data se comemora anualmente o Dia do Aviador.

Sorocaba tem muito para comemorar nesta data, pois é reconhecida como seleiro de centenas de pilotos e ainda uma das principais cidades para a manutenção de aeronaves, recebendo milhares de aviadores todos os anos, de toda a parte do mundo.

A lei que instituiu o Dia do Aviador é de 4 de Julho de 1936 e se a cidade de Sorocaba tem grande importância para a aviação nacional e para o Dia do Aviador, o Aeroclube da cidade, que já foi um dos principais do Brasil, tem muita responsabilidade nisso.

Formando novos pilotos

Já foi contado em outra reportagem, mas vale a pena lembrar que ainda durante 2ª Guerra Mundial, a campanha “Deem asas para o Brasil” tinha como um dos focos a formação de novos pilotos.

Foi aí que começou a história do Aeroclube de Sorocaba, na década de 1940. A primeira aeronave veio de Santos, também doada por um empresário, o pernambucano Valentim Bouças. O Aeroclube de Sorocaba viveu momentos áureos e de muita glória, em especial nas décadas de 1990 e 2000, quando seus eventos atraiam público de mais de 70 mil pessoas.

Por décadas o Aeroclube de Sorocaba foi referência na formação de pilotos no Brasil. Jovens e entusiastas da aviação do País vinham para Sorocaba em busca da consolidação de seus sonhos.

Formou centenas de pilotos, como o ex-ministro e tenente-brigadeiro Cherubim Rosa Filho. Aliás, tem estreita ligação com o aeroclube um dos maiores talentos da história da acrobacia aérea do Brasil, Alberto Bertelli, que foi instrutor do aeroclube.

Saudade e recordação

Ao longo de décadas de atividades, a entidade teve ilustres e marcantes presidentes, incluindo, por exemplo, o empresário Sérgio Reze e o pioneiro do Aeroporto de Sorocaba Bertram Luiz Leupolz. Por enquanto, o Aeroclube de Sorocaba é mais saudade e recordação do que atividade.

A entidade teve de deixar a área do município que ocupava em janeiro de 2019. A cessão de uso durou até 2018. Não houve nova permissão. Atualmente, há tratativas para se tombar o prédio que foi sede da entidade como patrimônio histórico. O local foi cedido para uso da Polícia Militar.

“Importante lembrar que, desde 1994, o Aeroclube de Sorocaba tenta junto à Prefeitura, regularizar as obras e instalações que implantou em área pública municipal. A Prefeitura sempre alegou dificuldades em identificar a titularidade dos terrenos. O fato é que, antes da vinda do Daesp, o Aeroclube e a Prefeitura eram parceiros e as instalações serviam como base para toda a operação aeroportuária; seu restaurante, seu prédio administrativo e suas instalações sanitárias serviam para receber e atender a todos que se utilizavam do aeroporto, inclusive políticos e autoridades que por ali passavam”, argumenta Telmo Pereira Cardoso, que também foi presidente da instituição.

O atual presidente do Aeroclube, Milton Andreolli, diz que a entidade viu de camarote muitas transformações, em especial no Aeroporto de Sorocaba.

Em formação sempre

Ainda conforme ele, “lamentavelmente hoje está sendo ignorado” por motivos não condizentes ao interesse público de preservação da própria história do município, “já que o aeroclube integra o aeroporto e sempre enalteceu o município de Sorocaba”.

Em 2012, o Aeroclube de Sorocaba ainda formava entre 20 e 30 pilotos por ano.

E Santos Dumont tinha uma relação especial com Sorocaba, que visitava com frequência. Foi na cidade, em 7 de setembro de 1931, que ele registrou em cartório seu testamento.

Segundo o tabelião Paulo Roberto Ramos, cópia do documento continua na cidade e preservado. (Marcel Scinocca)