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Acidentes com motocicletas causam 17 mortes em seis meses

10 de Agosto de 2018 às 13:35

No ano passado, no primeiro semestre, Sorocaba registrou 15 mortes de pessoas em acidentes que envolviam motos. Crédito da foto: Luiz Setti / Arquivo JCS (18/5/2015)

Sorocaba registrou 17 mortes em decorrência de acidentes de trânsito com motocicletas entre janeiro e junho deste ano. Com isso, esse tipo de transporte (modal) ocupa a primeira posição entre os veículos utilizados por aqueles que foram vitimados no trânsito do município. As vítimas pedestres aparecem em segundo lugar, com 12 mortes, sendo que três destes casos tinham motocicletas como o outro veículo envolvido no acidente. Em 2018, foram 44 óbitos resultantes de acidentes de trânsitos na cidade no total.

Os dados são do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado (Infosiga), do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito do governo do Estado de São Paulo. Em 2017, no primeiro semestre, foram registrados 15 mortes em que o modal de locomoção da vítima era a motocicleta. Para especialistas, a exposição da motocicleta é um dos fatores que contribuem para as fatalidades, mas há ainda a questão comportamental.

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As informações apontam que os principais vitimados neste primeiro semestre foram homens (88,24%), ante 11,76% de mulheres. Além disso, a maioria dos que perderam a vida eram ainda jovens. Das 17 vítimas, sete tinham entre 18 e 24 anos e quatro entre 25 e 29 anos. Duas vítimas estavam entre 30 e 34 anos, outras duas entre 35 a 39 anos, e foram registradas ainda uma vítima entre 40 a 44 anos e uma entre 50 a 54 anos.

Além de jovens e do sexo masculino, a maior parte das vítimas sofreram os acidentes aos fins de semana. Das 17 ocorrências com óbito, foram sete em domingos, cinco em sábados, uma em segunda-feira, uma na terça-feira e três em quarta-feira. Os locais mais comuns para acidentes são as vias municipais, em 70,59% dos casos. As rodovias foram o cenário para as fatalidades em 23,53% das ocorrências relacionadas a motocicletas. Em 5,88% dos casos não havia dados disponíveis sobre a localidade.

O Infosiga aponta que 58,82% chegaram a ser levados ao hospital, onde faleceram. Outros 35,29%, morreram ainda no local do acidente e em 5,88% dos casos essa informação não estava disponível ao sistema. Ainda segundo o levantamento do Infosiga, a maior parte dos acidentes ocorreu à tarde, entre as 12h e 18h (42,86%). No período da noite, entre 18h e 24h, ocorreram 14,29% dos acidentes que resultaram em óbitos de motociclistas, na madrugada -- entre 0h e 6h -- outros 14,29%. No período da manhã, entre 6h e 12h, foram 7,14%. E em 21,43% dos casos, o dado não estava disponível.

Em relação à participação de outros modais nos acidentes com motos, em seis casos o outro veículo envolvido no acidente foi automóvel, em dois caminhões, mas em oito casos não foram registrados outros envolvidos. Na maior parte dos casos, 94,12%, as vítimas eram os condutores e apenas 5,88% estavam na motocicleta como passageiros.

Frota

Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Sorocaba tinha, em maio deste ano, 88.664 veículos da chamada categoria Leve 1 (que inclui ciclomotores, motonetas, motociclos, triciclos e quadriciclos). Nos últimos 20 anos, a frota de motos em Sorocaba cresceu 340%. Em 1997, a cidade havia registrado 20.500 veículos da categoria Leve 1, já em dezembro de 2017 esse número era de 90.270.

‘Fragilidade do motociclista é muito grande’

Para Vanderlei Coffani, engenheiro civil com atuação em engenharia de tráfego, o primeiro fator para a alta fatalidade dos motociclistas é a fragilidade a que ficam expostos. “Ele não tem a proteção da carroceria do automóvel, então qualquer impacto ele é diretamente atingido ou vai diretamente ao chão”, explica.

O engenheiro destaca que os motociclistas ficam expostos a três fatores de risco no acidente. O primeiro é o impacto na motocicleta, que pode ainda ser diretamente no corpo do condutor. Em seguida, há a queda do motociclista ao solo, ou outros obstáculos, como guias. Por fim, ele pode ainda ser atropelado por outros veículos ao ficar caído na via. “A fragilidade do motociclista no momento do acidente é muito grande”.

O especialista observa, no entanto, que há também um fator comportamental, devido a velocidade que a motocicleta permite, assim como manobras como passar entre os carros, que aumentam o risco a que o condutor está sujeito. Coffani defende que os motociclistas tenham noções de direção defensiva e que estejam capacitados para dirigir com segurança.

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