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7º BPM-I recebe 450 pistolas e 60 torniquetes do governo estadual

12 de Março de 2021 às 17:45
Vinicius Camargo [email protected]

O Sétimo Batalhão de Polícia Militar do Interior (7º BMP-I), situado em Sorocaba, recebeu 450 pistolas Glock .40, 60 torniquetes táticos e kits de bandagem da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo. Os novos aparatos, obtidos em janeiro deste ano, foram apresentados na tarde desta sexta-feira (12), pelo primeiro tenente Rui Eduardo Xavier e pelo capitão Rogério Barbosa de Souza, na sede do batalhão, na Vila São Caetano. Os itens devem contribuir para o aprimoramento do trabalho dos policiais militares na cidade. Os PMs já começaram a utilizá-los.

Segundo Xavier, os torniquetes são de modelo diferenciado, chamado de Combat Application Tourniquet (CAT). Eles foram importados dos Estados Unidos. O investimento nas 60 unidades foi de cerca de R$ 18 mil. A aquisição foi efetuada por meio de emendas parlamentares, firmadas em parceria com representas dos governos estadual e federal. Ainda conforme o tenente, o 7º BMP-I foi o primeiro batalhão de área a receber esses itens.

Em abril, o batalhão pretende comprar mais 400 unidades, totalizando 460. A quantidade, informa Xavier, será suficiente para distribuição a todo o efetivo.

Os equipamentos, explica ele, são usados em situações de confronto bélico, para o estancamento de hemorragias arterial e venosa, nos braços e nas pernas. Isto é, em casos de troca de tiros que resultem em pessoas feridas. Os instrumentos, considerados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), também podem ser utilizados em outros tipos de ocorrências, como acidentes de trânsito e machucados causados por armas brancas, a exemplo de facas.

Esses EPIs podem ser utilizados pelos próprios policiais, em episódios nos quais eles fiquem feridos, por razões diversas, e, também, aplicados em vítimas atingidas por disparos de armas de fogo ou de acidentes de trânsito, por exemplo. De acordo com Xavier, os torniquetes são uma forma de prestar o primeiro socorro às pessoas, principalmente, em casos graves, com a incidência de hemorragias. "(O torniquete) é usado para o atendimento pré-hospitalar tático", detalha. Nessas situações, completa ele, por conta do sangramento, aguardar a chegada do resgate sem a prestação desse auxílio inicial pode ocasionar a morte da vítima. "O primeiro socorro é fundamental para manter a pessoa viva. Então, a melhoria fundamental (a ser proporcionada com a aquisição dos itens) é a preservação da integridade física do policial militar e, eventualmente, dos civis (pessoas) que ele possa vir a entender", informa.

Casos

Xavier elencou casos nos quais, de acordo com ele, o uso do torniquete "salvou a vida" de policiais. Um deles aconteceu no dia 9 março de 2020, em Sorocaba. Na ocorrência, um sargento foi baleado na perna por um motociclista, na avenida Itavuvu, zona norte da cidade, após dar ordem de parada para o autor do disparo. O PM sofreu hemorragia e chegou ao hospital em estado de choque hipovolêmico, causado pela grande quantidade de sangue perdido, e inconsciente. Os próprios médicos da unidade de saúde acionaram outro PM habilitado para a aplicação do equipamento no policial ferido. Após a colocação do torniquete, afirma o tenente, o quadro de saúde dele melhorou.

Na outra situação, um major foi baleado na coxa esquerda, durante troca de tiros com oito criminosos responsáveis pelo assalto a um carro-forte no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. O crime ocorreu no dia 17 de outubro. Mesmo ferido, ainda no local, o policial conseguiu colocar o torniquete no ferimento e interromper o sangramento. Por conta dessa ação, ele sobreviveu.

Pistolas

Já as pistolas Glock .40 foram importadas da Áustria, em diversos lotes. A obtenção das armas igualmente foi feita por meio de emendas parlamentares. Elas foram distribuídas para batalhões de todo o Estado de São Paulo. O 7º BPM-I recebeu 450, quantidade suficiente para todo o efetivo. Segundo o capitão Souza, essa "é uma arma segura, moderna, precisa e com alto padrão de qualidade".

Ainda conforme o PM, o modelo é, inclusive, reconhecido internacionalmente e atende aos padrões da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan). Conforme Souza, a arma foi desenvolvida para ser utilizada em situações severas. Por isso, funciona adequadamente, sem qualquer prejuízo, mesmo se estiver molhada ou suja de barro, por exemplo.

Em fevereiro, todos os policiais foram treinados para aprender a manusear as pistolas e os torniquetes e já começaram a utilizá-los no dia a dia. De acordo com o capitão, esses reforços devem aprimorar o trabalho dos PMs e ajudá-los no desenvolvimento de suas atividades de forma ainda melhor. "Eles receberam equipamentos melhores e, como consequência, vão prestar um serviço melhor", acredita. O capitão não informou o valor pago pelas armas porque, como elas foram compradas em um lote estadual, não foi possível especificar o valor gasto pelo governo com as unidades enviadas para a cidade.

Outros reforços

Além das pistolas e dos torniquetes, o 7º BPM-I tem investido em outros reforços. O batalhão vai providenciar, igualmente com o auxílio governamental, com verbas parlamentares, miras a laser para fuzil, lanternas táticas, dentre outros aparatos.

Em fevereiro, a equipe da unidade também passou a contar com 60 novos PMs. Todos eles atuam, especificamente, no policiamento operacional na cidade. (Vinícius Camargo)