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Sorocaba

Servidor do Saae denuncia assédio ao Ministério Público

Casos de assédio estariam acontecendo desde agosto de 2022 com o servidor exonerado

04 de Outubro de 2023 às 23:01
Wilma Antunes [email protected]
Prefeitura diz que a tramitação dos procedimentos segue o fluxo necessário no Saae
Prefeitura diz que a tramitação dos procedimentos segue o fluxo necessário no Saae (Crédito: DIVULGAÇÃO / SAAE)

Um servidor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba denunciou ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) casos de assédio que, supostamente, vêm ocorrendo desde agosto de 2022. Igor de Souza Furquim, com quase uma década de experiência na instituição, tornou público uma série de eventos que resultaram em sua exoneração.

Furquim ingressou no Saae em março de 2012 como auxiliar de administração, servindo até dezembro de 2018, quando foi nomeado chefe do Departamento de Contencioso Geral e Legislativo, permanecendo nesse cargo até 2022. Sua carreira tomou outro rumo quando uma funcionária denunciou condutas impróprias ao diretor-geral do Saae, Tiago Suckow, apresentando prints de conversas privadas. Além disso, acusações verbais se espalharam entre seus colegas, o que ele diz ter “manchado sua reputação”.

Na busca por esclarecimentos, Furquim optou por solicitar sua exoneração para permitir uma investigação justa. Contudo, até agora, essa atitude não trouxe respostas claras, visto que o processo administrativo (PA n.º 2.980/2022) está parado há quase um ano. Para ele, isso não apenas prejudica a apuração dos eventos, mas também mantém um clima de incerteza e especulação na instituição, com “fofocas” se espalhando pelos corredores.

Até o momento, Furquim não teve acesso aos prints que fundamentaram as acusações, nem detalhes sobre as alegações contra ele. Além dessa denúncia específica, o servidor também relata outro episódio de assédio moral quando foi designado para retornar ao Departamento Jurídico, enfrentando resistência por parte de colegas, com uma funcionária declarando que os servidores estavam “quase queimando colchões” por sua presença.

Furquim, abalado com essa situação, diz ter buscado ajuda psicológica. Ele destaca que o diretor do Saae minimizou o incidente, definindo-o como “desconforto”, enquanto Furquim acredita que isso possa ser uma discriminação, uma vez que não recebe benefícios como seus colegas de departamento.

“Vê-se que, com tais atos de arbitrariedade, perseguição e assédio, inúmeros dispositivos legais estão sendo infringidos. Seja o que for que se imputa ao servidor requerente, é flagrante e evidente as infrações cometidas, na verdade, pelos responsáveis da autarquia, na medida em que tomam as piores medidas possíveis para resolver os problemas em questão”, diz trecho da denúncia.

A reportagem buscou a versão de Tiago Suckow, mencionado no processo, mas ele afirmou que sua resposta oficial seria a mesma da Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura de Sorocaba.

De acordo com a administração municipal, a exoneração de Furquim ocorreu a pedido do próprio servidor, conforme consta nos autos do processo, e que ele é um servidor concursado ocupando a função original de auxiliar de administração. “A tramitação dos procedimentos segue o fluxo necessário, sendo que todos os atos ocorreram em tempo oportuno, inclusive quanto à apuração das denúncias”, concluiu a nota enviada ao jornal. (Wilma Antunes)