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A corrida pela vida

08 de Janeiro de 2021 às 04:02

Óvulos podem ser imunes ao coronavírus Crédito da foto: Genoma Research Limited / Divulgação

João Alvarenga*

Talvez, o leitor discorde, mas contra fatos não há argumentos, quando o assunto é a pandemia. Por isso, não é exagero afirmar que o medo esteve muito presente em nosso cotidiano, ao longo do ano que se findou agora

pouco. Partiu num silêncio mórbido, numa espécie de réquiem aos que se foram. E são tantos os que nos deixaram que, se fôssemos fazer uma lista, este espaço não daria conta. Tanto que, numa pesquisa britânica, a palavra

“luto” foi escolhida para marcar 2020, pois os vitimados nem imaginavam que a morte seguia seus passos. Tiveram seus planos interrompidos e deixaram saudades aos familiares.

Assim, a indesejada das gentes foi eclética na agorenta tarefa de ceifar vidas, pois levou consigo, do simples pai de família ao filho querido; a dedicada mãe aos inesquecíveis avós. Também se foram: tios, tias, primos, primas,

parentes próximos ou amigos distantes, vizinhos... Do operário ao desocupado, Dos anônimos aos famosos que, de súbito, nos deram adeus. Muita gente de talento da música, do teatro, da literatura, do cinema e da televisão. Muitos

estavam na metade da caminhada, outros eram ícones da nossa cultura, como a atriz Nicette Bruno que, aos 88 anos, saiu de cena pela última vez.

Parece que todo mundo tem algum relato triste sobre o ano em que a humanidade parou e as engrenagens da economia global emperraram. Mas, se o sentimento de perda habitou nossos corações, no ano que se despediu sem

abraços, 2021, que acaba de nascer, deve ser representado pela palavra ESPERANÇA para os que ficaram e deverão seguir a jornada, a fim de que o trabalho pelo bem dos que estão a nossa volta seja um tributo aos que partiram. Um reconhecimento de que seus ensinamentos foram válidos e que cada momento compartilhado será eterno.

Por isso, temos pressa, sim! Basta de tantas mortes! De tanto sofrimento! Já houve muita dor devido à  irresponsabilidade e má gestão da crise sanitária, pois as disputas políticas e as vaidades falaram mais alto em

detrimento à existência. Mais do que nunca queremos que a corrida pela vacina tenha, na linha de chegada, a vitória da VIDA!

(*) João Alvarenga professor de Redação e cronista.