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Quem não se comunica se trumbica

15 de Maio de 2019 às 10:24

Que todas as empresas, sejam privadas, públicas ou organizações do terceiro setor, precisam aprender a se comunicar da forma mais adequada possível, com todos os seus públicos, ninguém duvida. Mas, nem todas possuem um setor específico para tratar da parte da comunicação e muitas vezes nem sequer possui um serviço de assessoria de imprensa. Embora a facilidade da internet e do advento das redes sociais e aplicativos de mensagens permitam que cada vez mais as empresas falem diretamente com seus públicos. Os grandes acontecimentos e em especial as tragédias, como as recentes que ocorreram em Brumadinho (MG) e em Suzano (SP), evidenciam mais ainda a importância das empresas, de qualquer área, em saber falar adequadamente com seu público, no tempo certo, e quando é extremamente necessário.

Logo após a tragédia do massacre ocorrido na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, o governador João Doria, ao ser comunicado do fato, cancelou todos os compromissos de sua agenda, fez uma postagem em sua página oficial no Facebook a respeito e seguiu para o local. Independentemente da questão política e partidária, o governador fez o que tinha que ser feito. Como comunicador e ex-apresentador de TV, João Doria, ao chegar ao local da tragédia, falou aos jornalistas sobre a tragédia e mais do que isso, ele passou uma mensagem de solidariedade às famílias das vítimas e junto de sua equipe de trabalho colocou todo o aparelhamento do Estado e das forças policiais a disposição. Em seu pronunciamento a imprensa, o governador lamentou o massacre e disse que foi uma das cenas mais tristes que ele já presenciou, ou seja, ele foi capaz de se colocar no lugar das famílias das vítimas e passou uma mensagem de solidariedade.

Mesmo tendo sido alvo de críticas por conta disso, do ponto de vista da comunicação, o governador fez um pronunciamento e agiu quando era preciso agir, isto é, foi até o local e falou sobre a tragédia. E caso não tivesse feito isso ou feito já muito tempo após o ocorrido, além das críticas, o governador teria passado uma mensagem negativa, mostrando que não teria dado tanta importância ao fato, o que realmente não ocorreu, muito pelo contrário. Na página oficial do portal do governo do Estado, uma nota oficial também foi postada horas após o ocorrido passando informações sobre o tiroteio na escola estadual de Suzano e em seguida mais uma nota do decreto do governador de luto oficial de três dias em decorrência do massacre, que chocou todo o Brasil e foi destaque também na imprensa internacional.

O fato mostra que nas grandes tragédias é fundamental que as empresas envolvidas, sejam públicas, privadas ou do terceiro setor, venham a público para falar sobre o ocorrido. E quando as empresas não possuem orientação na área de comunicação no sentido de reconhecer a importância de dar esclarecimentos sobre os fatos, elas perdem em confiança e em credibilidade em relação ao seu público. Um caso que mostra exatamente tal fato foi a morte de um cachorro em um estacionamento de uma loja da empresa Carrefour, na cidade de Osasco (SP), ocorrido recentemente e que ganhou muita repercussão sobretudo nas redes sociais. A morte do animal praticada por um segurança da empresa repercutiu de forma bastante negativa e o Carrefour demorou para soltar uma nota a respeito e perdeu a oportunidade de se comunicar da forma mais adequada com seu público. Fatos que chocam a opinião pública, como nas tragédias, necessitam de um posicionamento da empresa ou da marca para que a questão não gere ainda mais repúdio, descrédito e perda de credibilidade perante a sociedade.

Em tais situações, as assessorias de imprensa e os setores de comunicação das empresas precisam ficar atentos para não perder o “time” e dar uma resposta clara, transparente e convincente para a opinião pública. Com o advento das redes sociais, fatos que chocam a opinião pública viralizam e podem comprometer seriamente a imagem e a credibilidade de empresas e marcas, inclusive gerando prejuízos financeiros. Por isso, investir em comunicação e assessoria de imprensa é investimento e não custo. Nas tragédias é preciso que a empresa saiba se comunicar de forma eficiente e transparente. Assim como em todos os outros momentos em que ela fala com seu público. Se não houver espaço suficiente na imprensa, a empresa pode usar suas próprias redes sociais e dar maiores esclarecimentos e informações a respeito dos fatos, além de colocar outros canais de comunicação a disposição de seu público. Como já dizia o grande comunicador e velho guerreiro Chacrinha: “quem não se comunica se trumbica”!

Aproveite para conhecer mais sobre o assunto no curso do CECAP sobre Assessoria de imprensa: visão estratégica.